Resenha: A Escolhida - Lois Lowry

13 fevereiro 2015

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580413472
Ano: 2014
Páginas: 192
Tradutor: Fabiano Morais
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Livro cedido em parceria com a editora
Sinopse: A Escolhida - Kira, uma órfã de perna torta, vive em um mundo onde os fracos são deixados de lado. A partir do momento da morte de sua mãe, ela teme por seu futuro até que é perdoada pelo Conselho de Guardiões. A razão é que Kira tem um dom: seus dedos possuem a habilidade de bordar de forma extraordinária.
Ela supera a habilidade de sua mãe, e lhe cabe a tarefa que nenhum outro membro da comunidade pode fazer. Enquanto seu talento a mantêm viva e traz certos privilégios, ela percebe que está rodeada de mistérios e segredos, mas ninguém deve saber sua intenção de descobrir a verdade sobre o mundo.

Resenha:

Quero começar esta resenha, explicando que, mesmo A Escolhida sendo o segundo livro da Tetralogia, não encontraremos os personagens do primeiro livro - O Doador de Memórias - mas, vamos conhecer mais uma sociedade que impõe seus conceitos sobre o povo e tenta mantê-los dentro dos padrões que a mesma julga ser certa.


A Escolhida conta a história de Kira, uma garota que nasceu com um defeito na perna e por isso, a sociedade a julgou incapaz, mas sua mãe a defendeu e conseguiu ficar com ela. Mesmo com seu "defeito", Kira não se tornou inútil como todos pensavam, sua mãe lhe ensinou a arte de bordar e mesmo com as poucas lições, Kira se mostrou uma bordadeira melhor que a mãe: ela sente a mágica, seus dedos percorrem o pano mesmo sem ela perceber, e as linhas vão construindo desenhos lindos e coloridos.
"Kira não sabia o que o Conselho dos Guardiões iria decidir. Sabia apenas que, se ficasse ou partisse, se reconstruísse sua morada ou tivesse de ir para o Campo, Estaria sozinha."
O livro começa com Kira voltando do Campo onde foi velar o corpo de sua mãe. Seu pai morreu antes de ela nascer, levado pelas feras que rondam a floresta do vilarejo. Agora sozinha, Kira não sabe o que fazer. Sua casa foi queimada e as mulheres do vilarejo querem que ela vá embora, pois a julgam sem serventia para elas. Diante de um Julgamento onde os Guardiões decidiram seu destino, Kira vê a oportunidade de continuar vivendo: Jamison, um dos Guardiões quer defendê-la no julgamento e este pode ser o primeiro passo para algo maior e assustador.


Como em O Doador de Memórias, os personagens deste livro também possuem algo valioso para a sociedade em que vivem. Diferente do primeiro livro, eles tem cores e música, as crianças podem ficar com os pais verdadeiros se os mesmos quiserem e tiverem condições de criá-los. Mas o cenário é totalmente diferente. Eles vivem no meio da floresta, tudo é muito sujo e escasso. As pessoas não se importam com a higiene e as crianças, chamadas de pequenos, são agredidas violentamente pelos pais. Há muito mais a se considerar neste volume, o que torna a distopia apresentada única e diferente de tudo o que já li. Pelo que pude perceber, os personagens mudam de um livro para o outro, mas quero acreditar que eles se encontrarão. (Quero muito saber onde Jonas chegou e como Kira vai continuar sua estadia no Edifício do Conselho.)
"Kira compreendeu de repente que, embora sua porta estivesse destrancada, não era livre de verdade. Sua vida se limitava àquelas coisas e àquele trabalho. Ela estava perdendo a alegria que costumava sentir quando as linhas de cores vivas tomavam forma em suas mãos, quando os bordados vinham a ela e eram só seus."
A narrativa continua em terceira pessoa, pelo ponto de vista de Kira. Os personagens secundários são bem desenvolvidos e carismáticos, dando ao leitor aquela sensação de familiaridade. Kira é uma personagem maravilhosa, cheia de coragem, calejada pela dor que sua perna deformada a impõe, aprendeu a ser forte. A capa também está muito bonita, condizente com o enredo do livro. A diagramação é simples, com folhas amarelas e letras em um tamanho confortável para a leitura. Os capítulos são separados por números, e apesar da pouca quantidade de páginas, o livro trás uma história forte, com muitas questões a se pensar. Não encontrei nenhum erro de revisão!
Sem mais, super indico a leitura de A Escolhida e também de O Doador de Memórias.
"Não é verdade. Eu preciso de todos vocês. Nós precisamos uns dos outros."

Acompanhe as resenhas da Tetralogia:


Avaliação:


Sobre a autora:



Com mais de 30 livros publicados, a americana Lois Lowry já recebeu diversos prêmios por sua obra, como o Boston Globe-Horn Book, o Dorothy Canfield Fisher, o Mark Twain e a Medalha John Newbery, concedida pela Association for Libray Service to Children, pelos livros Numbers the Stars e O Doador.

3 comentários:

  1. Olá, Ana. Tudo bem?
    Tenho vontade de ler essa série, mas isso de mudar completamente os personagens no segundo livro me desanima um pouco. Fico com o pé atrás. Mas se os personagens são bons e bem desenvolvidos, acho que me agradará.

    M&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de fevereiro. Você escolhe o livro que quer ganhar!

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  2. antes de tudo eh um livro de superaçao, e eh bom saber que nao é mais um daqueles livros cliches, e eu adoro livros da editora Arqueiro, que proporciona uma leitura comfortável

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  3. Oi Ana..
    Ainda não li nenhum dos livros, mas parece passar uma mensagem bacana.
    Adoro livros assim, que falam sobre a limitação do personagem. É tão gostoso livros assim, e gratificantes para nossa personalidade.
    A resenha me conquistou.

    livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

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