Resenha: Enquanto eu te esquecia - Jennie Shortridge

31 julho 2015

Edição: 1
Editora: Única
Autor: Jennie Shortridge
Titulo original: Love water Memory
ISBN: 9788567028125
Ano: 2014
Páginas: 384
Tradutor: Elisa Nazarian

Sinopse:
Lucie Walker não se lembra de quem é ou como foi parar nas águas geladas da Baía de São Francisco. Encaminhada para uma clínica psiquiátrica, ela aguarda até que um homem chega afirmando ser seu noivo. Entretanto, com seu retorno para casa, essa mulher sem memória vai tomando conhecimento de sua personalidade antes do acidente, da pessoa controladora, fria e sem vida que era, e dos segredos da infância e da família, assim como da situação do noivado e dos mistérios que podem ter provocado o acidente.
Será que ela quer isso de volta? Será que essa nova Lucie conseguirá manter o amor por Grady, ou a oportunidade de recomeçar será sua salvação?
Intenso, franco e incrivelmente emocionante, Enquanto eu te esquecia é um livro delicado, que nos questiona sobre a maneira que vivemos e nos lembra que sempre temos uma nova chance de ser feliz.

Resenha:
“O que a memória apagou, o coração recorda...”
Eu demorei bem mais do que o normal para ler este livro, e ainda mais para fazer esta resenha. Motivo? Eu não sabia muito bem o que escrever. Vocês bem sabem que eu não sou muito adepta ao gênero drama, o que me atraiu para este livro foi a premissa de um romance intenso, o que no final das contas não foi lá tudo o que eu esperava, infelizmente.

“Enquanto eu te esquecia”narra a historia de Lucie, uma mulher de 39 anos que perdeu a memória de forma misteriosa, já que não parece ter sofrido nenhum tipo de trauma físico. Ela é encontrada na praia, apenas com a roupa do corpo sem saber nada sobre o seu passado, nem mesmo seu nome ou de onde veio.
Dias após ser diagnosticada com amnésia, Lucie é informada de que seu noivo esta vindo buscá-la.  Quando se encontram, o desconforte de Lucie é visível. Como é possível ela ter um noivo,  se ela não sabe nem mesmo qual é o seu nome?  E é em meio a esse turbilhão de informações e sentimentos que ela precisa se adaptar a uma nova vida, a ser uma pessoa que ela não lembra e ao mesmo tempo lidar com a expectativa das pessoas que conheciam a Lucie de antes enquanto tenta se sentir confortável novamente na própria pele.
"E, sim, é claro, a evidência era inegável. Ela era Lucie Walker. E não era."
Em contra ponto temos Grady, o noivo de Lucie que fica desnorteado ao constatar que sua amada não mais se lembra dele, e pelo fato de não ser capaz de ajudar de modo algum.  Mas, Grady também fica um tanto aliviado e agradecido, já que nos últimos meses de seu relacionamento com  Lucie, muita coisa foi dito e feito, coisas pouco agradáveis e que estavam deterioram a relação dos dois. E agora, com uma Lucie que não se lembra de nada disso, seria uma nova chance para eles fazerem dar certo e evitar os erros do passado.

Quando retorna para sua antiga casa com Grady, Lucie começa a perceber que sua vida  é muito diferente do que o seu eu atual imaginaria possuir. Gostos, gestos, ações e relacionamentos que a interessavam antes não a satisfazem mais, nem mesmo seu gosto para comida é igual, segundo Grady.
Quanto mais Lucie aprende sobre si mesma, mais ela tem certeza de que essa não é a vida que deseja para si mesma. Mas, ao mesmo tempo, o fato de não lembrar a atormenta diariamente, cada vez que as pessoas à olham com expectativa, esperando que ela se lembre de algo à incomoda, principalmente ver o sofrimento diário de  Grady,  quem Lucie mais lamenta por estar magoando, mas que infelizmente não se lembra da vida que tinha com ele ou das memórias que compartilha com ela. Mas a conexão com ele é intensa e instintiva, mesmo com a falta de memórias, seu coração parece conhecer Grady de uma forma que seu cérebro se recusa a admitir.
“ - Que merda, Lucie, só quero fazer o que é certo, mas não sei como. Não sei o que você quer. Só quero estar com você, ajudar, e... merda. – A voz ele ficou mais baixa, quase uma sussurro: - Eu te amo pra caramba, nem sei se deveria estar dizendo isso.”
Sabe aquele tipo de livro que ao final te deixa com aquele sentimento ambíguo, sem saber se amou ou odiou!? Bem, “Enquanto eu te esquecia”  me deixou exatamente assim, um pouco desnorteada e sem saber como colocar em palavras o que eu estava sentindo. Mas, também devo confessar que o livro com certeza não entrou para a minha lista de favoritos, apesar de ter gostado, não me deixou entusiasmada e demorei bem mais do que o normal para conseguir finalizar a leitura. A todo momento me peguei torcendo para que Lucie tivesse suas memórias de volta e que a trama se voltasse para o romance entre ela e Grady, o que de fato não aconteceu totalmente e nem de forma muito intensa. O que mais me agradou foi o fato de a narrativa ter os capítulos intercalados entre Grady, Lucie e Tia Helen,  um dos únicos parentes vivos de Lucie e de quem ela não era nem um pouco próxima antes de perder a memória. A narrativa de Lucie é explicativa e introspectiva, já a de Grady é apaixonada e intensa, mas a de Helen é desnecessária, não acrescenta em nada para o leitor e se torna cansativa ao longo das 384 paginas.
“Enquanto eu te Esquecia” é um livro reflexivo sobre valores morais, amizade e amor, ele nos leva a pensar sobre o nos torna quem somos, se é a nossa real personalidade, ou a mente bitolada que cultivamos ao longo dos anos.

Eu tive bastante dificuldade em me conectar com a Lucie e seu drama, que apesar de intenso, não nos envolve totalmente.A narrativa é bem simples, e a crueza dos sentimentos da personagem é o maior atrativo, já que o tema central é bastante clichê e batido. Já o final escolhido pela autora é um mistério á parte, não entendi muito bem qual foi a idéia dela para criar um livro único com o final tão indefinido. É simplesmente inacreditável que este seja um livro único, mas é esta a verdade.

O livro físico é lindo, a capa é maravilhosa e a diagramação simples mas de ótima qualidade, com fonte agradável para leitura e paginas amareladas.

Enfim, este é um livro para ser ler em doses homeopáticas , digerindo capitulo por capitulo de uma forma despretensiosa.

Sobre o autor:


Jennie Shortridge é autora de cinco títulos, incluindo Enquanto eu te esquecia, seu best-seller. Quando ela não está escrevendo, lecionando escrita criativa em workshops ou trabalhando como voluntária com crianças carentes, Jennie desenvolve um projeto como voluntária no coletivo Seattle7Writers.org, em que autores se dedicam a angariar fundos para projetos literários na comunidade. A autora também já trabalhou como executiva, cozinheira e musicista.

5 comentários:

  1. Olá, Geeh.
    Acho que não leria o livro, mas a premissa dele é interessante. Principalmente porque a protagonista tem que esquecer de tudo para querer mudar muitas coisas. Acho que dá para tirar umas boas reflexões sobre escolhas lendo a obra.

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  2. Oiiieee, tudo bom?
    Gostei muito da resenha, confesso que ainda estou na duvida se leio esse livro, pois vejo coisas positivas e negativas, não gosto de ficar assim sem saber se gostei ou não do livro, bom ainda irei me decidir, acho a capa muito bonita, e até gosto do enredo do livro.
    Beijos *-*

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  3. Oiee
    Muitos livros já me causaram essa sensação de "amei ou odiei" principalmente aqueles com finais indefinidos,como parece ser o caso desse,quase morro com isso.Também não curto muito drama mas esse é um livro que já quero ler faz um tempo,pois gostei da sinopse e do que a história vem a apresentar e mesmo que o desenrolar não seja tão agradável vou dar uma chance pra ver se gosto ou não.
    beijos

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  4. Olá,
    Olha, não leria esse livro não... Esse estilo de história já está mais do que batido, não é? Me lembrou bastante o filme (não li o livro) Para Sempre...
    Beijo.

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  5. Geeh!
    Tem livros que nos deixam mesmo confusas.
    Até daria uma chance na leitura, mas não agora, talvez mais para frente.
    “A preguiça é a mãe do progresso. Se o homem não tivesse preguiça de caminhar, não teria inventado a roda.”(Mario Quintana)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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