Resenha: Tensão - Gail McHugh

25 agosto 2015

Edição: 1
Editora: Arqueiro
Autor: Gail McHugh
Titulo Original: Collide
ISBN: 9788580413731
Ano: 2015
Páginas: 336
Tradutor: Claudia Costa Guimarães

Sinopse:
Após a morte da mãe, a vida de Emily Cooper vira de cabeça para baixo. Ela precisa de um novo começo, e Dillon Parker, seu namorado, a convence a se mudar para mais perto dele a fim de passarem mais tempo juntos.
Em Nova York, Emily arranja um emprego temporário como garçonete em um restaurante no centro de Manhattan. Ao sair para fazer uma entrega logo no primeiro dia de trabalho, ela esbarra em Gavin Blake, um empresário sexy e bem-sucedido. Assim que seus olhares se encontram, há uma tensão no ar, mas nenhum dos dois consegue entender ou explicar essa forte conexão. Atormentada, Emily tenta não pensar muito naquele desconhecido que mexeu tanto com ela.
Porém, ela descobre que Dillon e Gavin são amigos e que terá de conviver com ele muito mais do que poderia ter imaginado. Perdida em sentimentos confusos, Emily sente o desejo por Gavin crescer e se tornar mais ardente a cada vez que se encontram. Será que os dois vão resistir à tensão ou se entregar a essa paixão, apesar de todas as consequências?


Resenha:

“Tensão” narra a trajetória de Emily Cooper, uma menina de vinte e poucos anos que acaba de perder a mãe de forma trágica. Ela namora Dillon Parker, um rapaz ambicioso e um tanto quanto controlador, mas , um namorado amoroso e dedicado, que a apoiou nos momento difícil que precisou passar com a mãe, é assim que ela o vê. E agora, confusa e extremamente triste com a perda, Emily acaba cedendo a insistência de Dillon e se muda com ele para Nova York, para dar o próximo passo em seu relacionamento e também para se afastar de tudo que trás lembranças dolorosas.

Chagando a NY,  Emily passa a dividir apartamento com sua ex colega de faculdade, que agora também mora na cidade. Ela divide seu tempo entre o novo trabalho como garçonete em um restaurante e as enfadonhas festas com os amigos de Dillon, em que ele a exibe como um troféu.
Mas, certo dia ao ir fazer uma entrega em um dos prédios mais glamourosos da cidade, ela conhece Gavin Black, um homem lindo, imponente e extremamente sexy, que imediatamente mexe com sua cabeça, a deixando inebriada e excitada ao mesmo tempo. O inusitado encontro fica retornando a mente da garota de forma constante, até que ela acidentalmente esbarra novamente em Gavin, agora em uma das festas de Dillon e descobre que os dois são amigos de longa data. Emily agora esta dividida entre a gratidão e o amor que sente por Dillon e a atração e conexão que Gavin despertou.
"O olhar de Emily se voltou para o local de onde vinha a voz. Ela perdeu o fôlego quando viu o homem alto e arrasadoramente lindo que caminhava em sua direção. Sentiu-se meio sem equilíbrio. Os olhos percorreram os cabelos muito negros, bem curtos e penteados em discreto desalinho. Os traços, tão bem esculpidos, eram de tirar o fôlego; a boca parecia ter sido talhada com grande esmero por um escultor de enorme talento. Os olhos varreram depressa o corpo que parecia ser musculoso escondido sob o terno cinza de três peças." 
Então, só pela sinopse já podemos prever o enredo clichê, afinal, eu acho que não sou só eu que está de saco cheio de triângulos amorosos, não é? Pois bem, é isso que encontramos ao longo de toda a leitura, além de uma mocinha infantil, sem personalidade, indecisa e conformista.
Eu ainda estou aqui tentando entender o que deu errado neste livro,  pois por mais clichê, a gente sempre torce para alguém em romances, mas eu me peguei odiando todos os personagens, sem exceção. Eu também demorei vários meses para terminar a leitura ( comecei em março, para vocês terem um idéia.), e cada pagina lida uma vontade imensa de jogar o livro na parede e abandonar a leitura me dominava.

A trama se desenrola em torno de apenas quatro personagens, Emily, Dillon, Gavin e Olivia, que é a melhor amida de Emily, e todos são extremamente irreais e com personalidades rasas e mal construídas.
Olivia, é a amiga de Emily com quem ela divide apartamento, e é a mais interessante do grupo, e a única que realmente tem um pouco de personalidade. Mas, o fato de a autora ter criado uma personagem gay, que trata homossexualidade como modismo, me desagradou completamente.

Emily faz o tipo clássico de mocinha alienada e sem personalidade, que diz amém a tudo que o “namorado” diz.   Emily Cooper deveria ser diagnosticada com síndrome de Estocolmo, afinal, quanto mais maltratada e humilhada por Dillon, mais determinada ela fica de que é com ele que deve se relacionar.

Dillon é um canalha, trai Emily a torto e a direito, sem o menor pudor e quando questionado por ela, sai com uma desculpa mais esfarrapada que a outra, e adivinhem, ela sempre acredita. Sem contar é claro, que ele trata Emily como um objeto, decidindo como ela deve se vestir, onde deve trabalhar e com quem deve ter ou não ter amizade. A relação deles é doentia. Dillon também é ambicioso e inescrupuloso, faz de tudo para subir na vida, sem se importar em quem vai pisar.

Já Gavin, que é o menos ruim, e um dos únicos motivos que encontrei para continuar a leitura, faz o tipo clássico de mocinho de romance erótico, bonito, sexy, rico e um “deus do sexo”. Mas, ao contrario do padrão, ele não é controlador e também muito romântico. Mas, em contra ponto, ele é desleal e um tanto dissimulado, já que sabe da em cima da mulher do “melhor amigo” descaradamente, sem remorso e também pelo fato de que sabe que Dillon trai Emily e não tem coragem de revelar para ela o que se passa em baixo de seu nariz.

Assim, a situação de Emily é complicada e delicada, ela acaba de perder a mãe e se sente em divida com Dillon por tudo que ele fez para ajudar quando ela estava destroçada pela situação. E o fato de ela acabar se sentindo atraída pelo melhor amigo dele não ajuda. Mas,o conformismo e a inércia dela é o que irrita, de tal forma que torna quase a leitura desagradável. Ela tem a necessidade de ter alguém ao seu lado, alguém para tomar as rédeas de sua vida e dizer para onde deve seguir, não importa se é Dillon, que a maltrata ou se é Gavin que a mima, o que ela precisa é de alguém, e isso faz com que ela oscile entre as suas duas possibilidades, sem saber para que lado pender. Para ela não existe a opção de ficar sozinha, se ela não pode ficar com o Gavin, então continua na relação doentia que tem com Dillon, por mais deturpada que seja.

O livro não é só pontos ruins, afinal, tem bons momentos e diálogos interessantíssimos. Um dos pontos positivos que mais chamou a minha atenção é a forma como a relação entre Gavin e Emily é construída, que apesar de ela ter namorado e da atração entre eles ser inegável desde o inicio, vamos ter um relacionamento construído aos poucos, por momentos e atitudes, nada de um casal que sai tirando a roupa e fazendo sexo em qualquer lugar assim que um coloca o olho no outro. E também a forma como a autora conduz a narrativa, esse é algo bastante interessante, já que apesar dos personagens pouco cativantes, a historia flui de forma fácil.
“Oh, Deus, Gavin - gemeu ela, estremecendo. - Você está nos meus sonhos, nos meus pensamentos, na minha pele.Antes que Emily pudesse recuperar o fôlego, ele tomou sua boca. Os lábios dele provocaram um choque, rompendo o ritmo e a estabilidade de seu coração pulsante.”
Do inicio até mais ou menos a metade do livro, a historia é totalmente descabida, daí da metade até os últimos capítulos, as coisas melhoram consideravelmente, mas o final, esse sim me deixou extremamente abismada e com muita raiva, e em duvida se quero ou não ler o próximo volume, afinal, continuei a leitura imaginando que no decorrer as coisas melhorariam, e quando viro a ultima pagina, me deparo com algo que me deixou com ainda mais raiva da covarde da protagonista.

Enfim, não consigo entender qual é o apelo do livro para ter uma cotação tão alta e criticas tão boas, para mim, ele soa extremamente machista e enfadonho.

Este não é um livro que eu indicaria a leitura, ele deve ser lido por pessoas que realmente apreciem o gênero e estejam disposta e com a mente aberta a experimentar. E se possível, deve ser lido em doses homeopáticas. Não vá com muita sedo ao pote, pois vai acabar frustrado e com muita raiva.

Sobre o livro físico, ele é lindo, uma diagramação simples e de boa qualidade, com uma capa fantástica e instigante, além de paginas amareladas e fonte agradável para leitura.
Como vocês devem saber, já foi publicado pela nossa amada editora Arqueiro a continuação, com o título de “Pulsação”.
Segue abaixo a capa e sinopse do próximo volume:

Emily Cooper sempre pensou que iria se casar e viver ao lado de Dillon Parker. Porém, após conhecer Gavin Blake, toda essa certeza foi por água abaixo. Arrebatada pelo sexy empresário, ela se entregou a uma paixão avassaladora, mas que logo foi abalada por uma dolorosa revelação.
Mesmo com o fim do tórrido relacionamento, Emily percebe que está disposta a arriscar tudo para ficar com o homem que domina seus pensamentos e sonhos desde o dia em que se conheceram. Agora ela só pode se apegar à esperança de que Gavin ainda a deseje, apesar de todos os seus erros e defeitos.
Com o coração partido, Gavin se isola da sociedade e se fecha em um mundo autodestrutivo. Emily não está acostumada a ser forte, mas terá que encontrar dentro de si a coragem e a confiança necessárias para lutar por seu amor e trazer Gavin de volta.
Neste desfecho da série, os leitores ficarão ainda mais apaixonados por Emily e Gavin, envolvidos em uma jornada de perder o fôlego e acelerar a pulsação.

Sobre o autor:


Gail McHugh estreou na literatura com "Tensão", que, junto com a sua continuação, "Pulsação", figurou a lista dos mais vendidos do The New York Times.
Chocolatra assumida, ela é casada há mais de quinze anos e tem três filhos.

3 comentários:

  1. Olá, Geeh.
    Geralmente eu já passo longe de livros hots, um com tanto problemas assim é que não passarei nem perto. rs Dos problemas mencionados, o que mais me incomoda são as "personalidades irreais". Prefiro os personagens verdadeiros marcantes.

    Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de agosto. Serão dois vencedores.

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  2. eu que gosto desse genero nao estou querendo mais ler esse livro! pela sinopse eu pensei que gostaria, ate anotei na minha lista, mas agr q eu li sua resenha nao quero nem ver na minha frente! tudo que eu odeio em uma personagem eh como vc descreveu essa.. kkk. contudo tb tenho que confessar que a capa eh bem bonita
    tonsdeleitura.blogspot.com

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