Resenha: Sejamos Todos Feministas - Chimamanda Ngozi Adichie

23 março 2016


Edição: Terceira Reimpressão
Editora: Companhia das Letras
ISBN: 9788535925470
Ano: 2015
Páginas: 64


Livro cedido pela editora para resenha
Sinopse: Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. “Não era um elogio. Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: ‘Você apoia o terrorismo!’”. Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e começou a se intitular uma “feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens”. Sejamos todos feministas é uma adaptação do discurso feito pela autora no TEDx Euston, que conta com mais de 1,5 milhão de visualizações e foi musicado por Beyoncé.



Resenha:

Sejamos Todos Feministas é uma adaptação do discurso que a autora fez no TEDx Euston, onde contou como ainda se lembrava da primeira vez que foi chamada de feminista por seu amigo, e também tantas outras coisas que aconteceram com ela durante sua vida, e ainda acontecem, não só com Adichie, mas com mulheres de todo o mundo.


Recebi este livro da editora como um presente para os novos parceiros, e assim que abri o envelope, vi que precisava lê-lo logo. O livro é pequeno, possui apenas 64 páginas, mas a carga emocional que trás o deixa grande e impossível de ser comentado.
"A cultura não faz as pessoas. As pessoas fazem a cultura. Se uma humanidade inteira de mulheres não faz parte da nossa cultura, então temos que mudar nossa cultura."
Como a autora descreve, vivemos em um mundo dominado por homens, as mulheres ainda são deixadas de lado na questão de igualdade de gênero, mas isso não impede que lutemos para mudar. O discurso, como um todo, é voltado mais para a cultura da autora, mas vemos familiaridade suas palavras...


Acho que eu poderia ficar horas ouvindo-a falar, a narrativa do livro é gostosa e atual, é um discurso, afinal das contas, mas um discurso que todos deveriam ler. Adichie é uma mulher de garra e perseverança, que luta por igualdade e respeito como muitas de nós, mulheres. Mas deixo claro que este livro não é apenas para mulheres - homens são bem vindos para lê-lo e se colocar nas situações descritas pela autora. Apesar de não ser um enredo de fantasia, Sejamos todos Feministas tem uma realidade que nos assola diariamente.
"Ensinamos as meninas a sentir vergonha. "Fecha as pernas, olha o decote." Nós as fazemos sentir vergonha da condição feminina; elas já nascem culpadas. Elas crescem e se transformam em mulheres que não podem externar seus desejos. Elas se calam, não podem dizer o que realmente pensam, fazem do fingimento uma arte."
Gostei muito da leitura e ao final, vi que a autora tem mais livros publicados pela Companhia das letras. Já os adicionei na minha lista de desejados e quero muito ter a oportunidade de lê-los.
A capa está belíssima, trás as cores fortes da África com simplicidade. A diagramação é bem feita, com letras em tamanho confortável para leitura e bom espaçamento; sem erros de revisão.


Mesmo o livro sendo pequeno, convido vocês a lerem esse discurso que pode - e deve - ser um exemplo para todos. Super recomendado!


Avaliação:


Sobre a autora:


Chimamanda é uma escritora nigeriana, da etnia Igbo, conhecida por seus romances e contos. Nasceu em Enugu, mas cresceu na cidade universitária de Nsukka, no sudeste da Nigéria, onde se situa a Universidade da Nigéria. Seu pai era professor de Estatística na universidade, e sua mãe trabalhava como secretária no mesmo local. Quando completou dezenove anos, deixou a Nigéria e se mudou para os Estados Unidos da América. Depois de estudar na Universidade Drexel, na Filadélfia, Chimamanda se transferiu para a Universidade de Connecticut. Fez estudos de escrita criativa na Universidade Johns Hopkins de Baltimore, e mestrado de estudos africanos na Universidade Yale.
Seu primeiro romance, Purple Hibiscus (Hibisco roxo), foi publicado em 2003. O segundo romance, Half of a Yellow Sun (Meio sol amarelo), foi assim chamado em homenagem à bandeira da Biafra, e trata de antes e durante a guerra de Biafra. Foi publicado em 2006 e ganhou o Orange Prize para ficção em 2007.



4 comentários:

  1. Olá, Ana.
    Eu li a obra assim que ela foi lançada, mas em e-book da Amazon. Gostei bastante da leitura, tanto que pretendo ter meu exemplar físico.
    Esse discurso da autora traz muitos ensinamentos para os leitores. É triste perceber a desvalorização das mulheres pelo simples fato de serem mulheres.
    Ótima resenha.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de reinauguração. Serão quatro vencedores!

    ResponderExcluir
  2. Deve ser uma leitura muito interessante, por mais que as mulheres tenham avançado em sua independência ainda tem muito para alcançar, o preconceito contra nós ainda existe. Esse discurso deve nos passar aprendizado e reflexões.

    ResponderExcluir
  3. Achei super interessante para abrir os olhos sobre as injustiças que ainda, nesse nosso tempo tão moderno, acontece e pelo mundo todo. É interessante por mostrar situações, coisas que você acha absurda mas estão ali, todo dia estão ali. Senti que é um livro que faz pensar...

    ResponderExcluir
  4. oi Ana.
    Confesso que normalmente não sou muito fã desse tipo de livro, mas ele é tão pequeno que não ocupa nem muito tempo pra ler né? E como no discurso ela conta coisas que aconteceram com ela pelo jeito, acho que fica mais interessante de se ler.

    beijo

    ResponderExcluir