Resenha: Starling - Lesley Livingston

27 abril 2016

Edição: 1
Editora: Grupo Editorial Pensamento
Selo: Jangada
Autor: Lesley Livingston
Serie: Trilogia Starling – Livro 1
Titulo Original: Starling
ISBN: 9788564850859
Ano: 2014
Páginas: 288
Tradutor:  Martha Argel e Humberto Moura Neto

Sinopse:
Mason Starling é campeã de esgrima da equipe da Academia Gosforth, mas nunca teve de lutar por sua vida. Não até a noite em que uma violenta tempestade sobrenatural assola Manhattan, aprisionando Mason e seus colegas de equipe dentro da escola. Mason é atacada por criaturas horrendas, com forma vagamente humana, mais aterrorizantes que os trovões e raios, enquanto a tormenta traz para a vida dela um perigoso desconhecido: um jovem que não se recorda de nada além de seu nome - Fennrys, o Lobo.
A chegada desse garoto misterioso faz em pedaços o mundo de Mason, ao mesmo tempo que uma atração inegável surge entre eles. Juntos, eles tentam desvendar os segredos da identidade de Fenn, enquanto forças estranhas e sobrenaturais se adensam à volta deles.
Quando descobrem que a família de Mason, com sua obscura ligação com antigos deuses nórdicos, é a chave de todo o mistério, Fennrys e Mason subitamente se veem diante de um futuro catastrófico: o Ragnarök – ou o fim do mundo, como o conhecemos.
Resenha:

Starling foi um livro que inicialmente me deixou confusa, primeiramente pelo fato de que nada nele te dá um indicio do que esperar da leitura. Na verdade, a sinopse é bem superficial, então, quando  se abre e já na primeira pagina da de cara com o subtitulo “ O Despertar dos Filhos de Odin” você fica meio, tipo.. Oi?  E é a partir dali que o leitor se dá conta de que esta com um livro sobre mitologia Nórdica nas mãos e nem tinha percebido. Eu particularmente surtei neste momento, afinal, eu não tinha lido nada sobre, apesar de curtir bastante mitologia. Mas, eu me frustrei um pouco, vamos ter bem pouco sobre o assunto no primeiro livro, o que eu espero que seja remediado no próximo volume, afinal é uma serie.

Ao iniciar a leitura somos introduzidos no cotidiano de Mason Starling, uma campeã de esgrima que estuda em uma das melhores escolas particulares de Manhattan, a academia Gosforth e é filha de um dos homens mais ricos dos Estados Unidos.
"A Academia Gosforth tinha sido criada no final do século XIX por um punhado de "fundadores" extraordinariamente ricos e influentes, homens e mulheres que haviam decidido que as escolas, públicas ou privadas, não eram boas o bastante para seus queridinhos."
Gosforth é um colégio de elite, somente os filhos das famílias mais antigas, tradicionais e ricas estudam na academia. E isso vem acontecendo a varias gerações. Mas, ao longo da trama vamos perceber que Gosforth é muito mais que isso. Na verdade, tudo muda para Mason e alguns de seus colegas quando uma tempestade atinge a cidade e o grupo fica preso dentro do ginásio de esportes após um treino de esgrima. Mas, o que era para ser apenas uma noite as escuras presos dentro de ginásio com as portas travadas pela falta de energia se torna a noite mais aterrorizante do grupo.

Quando a imensa arvore do patio da escola cai em cima do vitral do lugar e o estilhaça, a primeira ideia dos estudantes é que estão livres, mas quando estranhas criaturas começam a entrar pelo buraco aberto o panico se torna geral. Mason e seus amigos precisam lutar contra algo inacreditável e surreal, criaturas que mais parecem zumbis de filmes de televisão.

Como se tudo não pudesse ficar ainda mais estranho, um estranho rapaz aparece do nada, completamente nu e sem memoria no meio do ginásio com uma espada em punho e ajuda o grupo a se livrar dos draugr, seja lá o que isso signifique.

Fennrys, o Lobo é um mistério para todos, principalmente para ele mesmo, já que a única coisa que lembra é o seu peculiar nome.
É a partir desse episodio que a vida de Mason vira de cabeça para baixo e o leitor vai descobrir que Gosforth é muito mais do que uma escola para ricos e sim um refugio para famílias ligadas aos deuses nórdicos, e que Mason e sua família fazem parte de uma profecia que pode levar ao Ragnarök, ou seja, ao fim do mundo.
"Os deuses e deusas dos vikings eram as estrelas-guias no céu acima das cabeças do clã Starling. As profecias daqueles deuses exigiam um final catastrófico, e era o dever de seus devotos fazer isso acontecer."
Como eu falei, não conheço quase nada sobre mitologia nórdica, tudo que aprendi foi assistindo Thor. E sim, surtei quando Odin e Asgard são citados no livro. Mas, também fiquei bastante grata por Lesley Livingston ampliar meus horizontes e me mostrar que nem só de mitologia Grega se vive.

Mas Starling tem uma narrativa bastante lenta até a metade do livro, acredito que pelo fato de ser o primeiro livro de uma serie, ele nos apresenta bastante a parte explicativa, detalhes que provavelmente vá fazer a diferença mais adiante, quando a trama se estabelecer plenamente.

A trama é narrada em terceira pessoa, nos dando uma ampla visão do enredo, pelo ponto de vista de diversos personagens . Personagens esses, que se mostraram muito bem construídos.
A autora criou diversos personagens secundários que se envolvem de forma intensa na trama e que fazem a diferença nela. E todos eles são bem explorados e desenvolvidos.

Os principais são Mason e Fennrys. Mason,que apesar de ter todas as características necessárias para se tornar o tipo de protagonista mimada e irritante, se mostra ativa e bastante destemida, trazendo ao enredo as esperadas cenas de ação.
Já Fennrys é o tipo clássico de mocinho, misterioso e viril, que exala aquela aura de perigo ao mesmo tempo em suas ações o tornam fiel e constante. Sem contar o fato de ser absurdamente lindo e sexy.

A escrita da autora também é muito boa. Apesar da trama complexa e elaborada, a narrativa é bastante fluida, com um vocabulário bastante atual e simples. O enredo também é muito bem costurado, deixando pontas soltas que fazem o leitor desejar ardentemente ter o próximo volume em mãos para continuar a leitura. E apesar do inicio lento, o livro não deixa a desejar, o final é de tirar o folego.
Starling é uma mistura de mitologia e sobrenatural que deu super certo. A autora trás de voltar alguns seres míticos que já conhecemos, como sereias e centauros, mas também nos presenteio com algo totalmente novo.

O livro é recheado de aventura e ação, e é leitura garantida para quem curte mitologia e quer se aventurar bebendo de uma nova vertente.

Sobre o livro físico não tem muito o que falar: é uma perfeição. A capa é maravilhosa, e representa muito bem a trama. A diagramação também é um primor e de boa qualidade, apesar de simples, sem erros de revisão aparente, uma fonte agradável para leitura e paginas amareladas.
‘’O fim – disse Rafe. – O Ragnarök. O apocalipse. O fim do mundoEles curtem a ideia de acabar com o mundo e quase todos os seus habitantes e recomeçar do zero.’’
Sobre o autor:

Lesley Livingston é escritora e atriz, e mora em Toronto, no Canadá. Tem mestrado em Inglês pela Universidade de Toronto, onde também se especializou em Literatura Arturiana e Shakespeariana. É cofundadora do Grupo de Teatro Tempest, com o qual se apresenta. Desde criança, é fascinada por histórias de mitologia e folclore, civilizações antigas e heróis lendários, e acabou se tornando especialista em mitologia grega e celta, esta última, rica em contos de outros mundos, magia e lendas do rei Artur. Sua intensa atividade cultural não a impede de cultivar outras paixões um pouco menos “intelectuais”: confessa que ama sem culpa sapatos e coisas brilhantes. Este livro é o primeiro de uma trilogia que tem peças de Shakespeare como pano de fundo. Sonho de uma noite de verão inspira este volume, Romeu e Julieta é a base do segundo e A tempestade permeia o terceiro.

2 comentários:

  1. Olá, Geeh.
    Gosto bastante de mitologia nórdica, mas não conheço profundamente como outras, como a grega, por exemplo. Então, acredito que a obra seria uma grata surpresa. Aliás, grata surpresa também porque olhando para capa eu jamais imaginaria esse enredo.
    Fiquei curioso para saber como tudo vai se desenrolar e como essas famílias ricas estão ligadas à mitologia.
    Ótima dica.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de abril. Serão três vencedores!

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  2. Oi Geeh.

    Gostei da sua resenha, e da sua sinceridade, não sei nada sobre mitologia nórdica, então é provável que também ficaria muito perdida nesse livro.
    Apesar de ter gostado bastante do senario descrito e livro me pareceu ser bastante clichê, levando em conta o enredo.
    Gostei de que um dos personagens principais, é um lobo que não tem memória da um diferencial na verdade.
    Mas infelizmente essa não é uma leitura para mim.
    Bom Dia.

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