Resenha: A Cilada (Trilogia Cidade das Sombras #2) - Daniel Polansky

07 maio 2016


Edição: 1
Editora: Geração
ISBN: 9788581302133
Ano: 2014
Páginas: 416

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Livro cedido pela editora para resenha
Sinopse: A Cilada, segundo livro da série, é um livro ágil, absorvente, narrado na primeira pessoa, na tradição dos detetives clássicos como Sam Spade, de Dashiel Hammett, ou Philip Marlowe, de Raymond Chandler, com pitadas do policial do futuro, Dick Deckard, de “Blade Runner — Caçador de Androides”. O Guardião terá que resolver o mistério de uma garota desaparecida na Cidade Baixa, a pedido de seu pai, o general de uma guerra em que ele também esteve como soldado. Um romance que você não conseguirá largar, disposto a solucionar um mistério que vai ficando mais denso a cada nova página.

Confira a resenha do primeiro livro, O Guardião, AQUI.

Resenha livre de Spoilers


A Cilada é o segundo volume da trilogia Cidade das Sombras. Nele, vamos conhecer mais sobre o protagonista principal, o Guardião.

Depois do desfecho em O Guardião, primeiro livro da trilogia, 3 anos se passaram antes de iniciar a história em A Cilada. Guardião é chamado para procurar uma garota que fugiu de casa. Rhaine Montgomery, é filha do general Montgomery que esteve na guerra a qual Guardião também lutou. Por respeito a seu amigo morto e também filho do general, Guardião tentará trazer Rhaine de volta ao Morro de Kohr, lar dos ricos, mas não será tão fácil, já que a garota quer justiça por seu irmão que foi assassinado.
"A maioria dos homens nascidos no lado norte do rio Andel me desprezava após minha primeira frase, achando que eu não passava de um criminoso, e só ficava sabendo da verdade quando já era tarde demais."
Neste contexto, Guardião armará uma cilada para aqueles que fizeram de sua vida um inferno. Mas nem tudo sairá como ele planeja. Rhaine ainda não sabe, mas sua morte desencadeará uma nova guerra com Guardião no meio de tudo.

Quando li o primeiro livro, fiquei encantada pelo estilo de fantasia que o autor nos trás. O livro é denso, ambientado em um mundo feio e devastado. Os personagens são carismáticos e Guardião, o personagem principal, é um anti-herói repleto de feitos e com poucas qualidades; mas essas, mesmo escassas, é o que faz dele um personagem memorável e muito verdadeiro.
"Mas o  que eu tinha dito à Rhaine no primeiro dia era verdade: não existe justiça, apenas vingança, e, uma vez que você a consegue, percebe o quão pouco ela significa."
A narrativa continua em primeira pessoa, pelo ponto de vista de Guardião, o que eu gosto muito, pois esse personagem é engraçado e mórbido. A escrita do autor é gostosa e mesmo em um mundo totalmente diferente, percebemos a sagacidade do autor em criar algo novo e mais errado do que certo.
Esse livro também trás mais explicações sobre a Grande Guerra e alguns capítulos são passagens do que Guardião e Adolphus viveram nesses dias, gostei muito disso, pois podemos conhecer mais desses personagens e descobrir como seu caráter foi criado.

Infelizmente, senti falta de Garrincha. O moleque cresceu e agora é um adolescente portador da Arte. Guardião, mesmo com tudo desmoronando ao seu redor, ainda se preocupa com o garoto e tentará encontrar alguém para treiná-lo. Garrincha perdeu terreno neste volume e, mesmo que seja um adolescente turrão, aquele garoto do primeiro livro ganhou minha simpatia e senti saudades dele neste volume.
"Uma coisa que ele não havia perdido desde quando eu o resgatara do bueiro era sua capacidade sobrenatural de ser silencioso. Ele seria imbatível no mercado paralelo, mas acho que era meu dever mantê-lo longe dessa linha."
Do mais, adorei conhecer mais sobre a Cidade Baixa e seus habitantes. Conheceremos novos personagens e saberemos mais sobre aqueles que comandam a cidade. Guardião é um homem incrível e um personagem querido para mim. Vale a pena conhecê-lo.

A capa é linda e condiz com o enredo apresentado. A editora está de parabéns pela edição: encontrei poucos erros de revisão e a diagramação é simples, mas bem feita.
Sem mais, claro que indico a leitura. Confesso que estou bem curiosa para ler o último volume! 
"Nenhum homem é inteiramente uma coisa ou outra, um poço de bravura ou um covarde. Não sei o que é um herói, mas conheci um bando de covardes, e Adolphus não é um deles. Em nove a cada dez dias, ele era o mais distante disso possível, frio como aço e valente como um touro. Mas naquele dia...
Naquele dia ele não foi."


Avaliação: 


Sobre o autor:








Daniel Polansky nasceu perto de Baltimore nos EUA. Ele escreveu a trilogia Low Town (no Brasil, Trilogia Cidade das Sombras, sendo o primeiro livro chamado de O Guardião).








3 comentários:

  1. Não fui muito com a cara daquele primeiro. Faltou personalidade, história....sei lá, só não consegui me conectar com ele e ficou uma leitura chata que fui arrastando. Garrincha foi o melhor, a unica parte do livro que realmente gostei era quando tinha cena com ele. Talvez esse seja bom. Queria ler pra continuar a série, mas não sei não...

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  2. Olá, Ana.
    Gostei bastante da resenha e quero muito conferir a obra. O protagonista parece ser um personagem meio obscuro, do jeito que eu gosto.
    Esse tipo de narrativa em primeira pessoa é excelente, nos faz ter uma visão muito mais completa do protagonista.
    Ótima resenha.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de maio. Serão três vencedores!

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  3. Não li o primeiro livro, mas parece ser interessante, adoro historias que tem mistério e o Guardião tem um ar de ser aqueles personagens sinistros, mas que nos encantam rs.

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