Resenha: Pode Beijar a Noiva - Patricia Cabot

23 maio 2016

Edição: 2
Autor: Patricia Cabot (Meg Cabot)
Editora: Planeta
Selo :Essência
Titulo Original: Kiss The Bride
ISBN: 9788542206760
Ano: 2016
Páginas: 240
Tradutor: Sulamita Pen

Sinopse:
Quando tudo parece estar perdido para Emma Van Court, que acaba de se tornar viúva, a promessa de uma grande fortuna lhe cai dos céus. Mas há uma condição para abocanhar a herança: ela terá de se casar novamente. Como não se especificou o noivo, todos os homens da pequena Faires, na Escócia, resolvem participar dessa corrida do ouro e passam a disputar as atenções da jovem viúva.
Os competitivos pretendentes só não contavam com a presença de James Marbury, primo do falecido marido, Stuart, que chega ao vilarejo para ajudar Emma com os trâmites do inventário. No passado, os dois tiveram uma aproximação, e James ainda nutre fortes sentimentos pela, agora, viúva.
Conseguirá ele afastar a horda de interesseiros pretendentes e finalmente se juntar à sua amada?
Resenha:

Apesar de quase não resenhar livros da Meg Cabot aqui no blog, ela é uma das minhas autoras favoritas.  Um dos primeiros contatos que tive com a literatura foi através dela, logo depois de ser introduzida no mundo da leitura por J.K Rowling. A Mediadora e O Diário da Princesa estão entre meus livros favoritos. No entanto, nunca tinha lido os livros escrito por Meg como Patricia, voltado para o publico adulto. Obviamente a expectativa foi imensa, afinal, se tudo desse certo, estava esperando que ela me marcasse nesta minha nova fase de leitora. Eu também sou extremamente fã de romance de época,  então, era para ser a união perfeita. Mas, enfase no era, pois realmente não foi. Pode Beijar a Noiva me decepcionou bastante.

Emma Van Court é uma menina que desde muito cedo teve que enfrentar a realidade da vida, com a perda dos pais. E a partir de então, viveu sob a tutela dos tios, uma família de renome em Londres, assim como os Marbury e os Chesterton, e desde sempre Emma conviveu com James Marbury, o herdeiro do título de Conde de Denham e Stuart Chesterton, o primo do Conde e também um religioso fervoroso.
O fato de Emma viver em uma família que não era a dela, fez com que cultivasse o desejo de ajudar ao próximo. Assim, logo ela se viu completamente apaixonada por Stuart, o homem religioso, sempre envolvido em alguma causa nobre.

Stuart apaixonado por seus projetos de caridade e sua igreja. Emma apaixonada por Stuart. E James apaixonado por Emma. Um triangulo amoroso destinado ao sofrimento, pelo menos de uma das pontas, já que em pouco tempo Emma anuncia para James que ela e Stuart pretendem fugir para a Escócia para casar em segredo. E é claro, a confusão esta armada entre as famílias. James no intuito de frustar o plano dos jovens amantes revela tudo para os familiares de Emma. O que não dá muito certo, pois o casal acaba fugindo mesmo assim.

Exatamente um ano depois de ter fugido com o homem que amava, Emma agora é uma viúva. Stuart faleceu de forma trágica durante uma epidemia de tifo no vilarejo onde morava. Emma tem certeza que a sorte não esta a seu favor, pois em menos de um ano virou as costas para todos os amigos e familiares e agora esta a própria sorte. Mas nada é tão ruim que não possa piorar.
Certo dia, James Marbury bate em sua porta em Faires. Emma não tem a minima ideia dos sentimentos de James por ela, e acredita que ele tentou frustrar sua tentativa de fuga apenas por maldade, por não acreditar no amor entre ela e seu primo.
Já James, esta em Faires por dois motivos: o primeiro é a intensão de exumar o corpo de Stuart e remove-lo para Londres. E o segundo, é claro, é levar a mulher que sempre amou de volta pra casa.
Mas assim que chega em Faires, James descobre que Emma esta envolvida em alguns boatos. A viúva de seu primo é a mulher mais disputada por todos os homens do vilarejo. Mas, não somente por sua beleza e sua bondade. Emma herdou uma fortuna, um valor altíssimo, mas que só vai ser liberado quando ela casar novamente.  É claro que o Conde de Denham não recebe bem a noticia, ele já perdeu Emma uma vez, e não vai deixar que algo semelhante aconteça novamente.
Quem será que vai beijar a noiva e ganhar a fortuna ?
"Readon estava certo. Emma não podia administrar o dinheiro. O que ela sabia de finanças?...Era preciso dar a mão à palmatória. O Juiz conseguira uma solução perfeita para a questão. perfeita, exceto por um aspecto.Emma não morderia a isca. Era evidente que ela tinha menos interesse de se casar do que James. A única diferença era que, fazia muito tempo houvera alguém com quem James pensara em casar-se.E seu primo lhe tirara a oportunidade."
Como vocês podem perceber, o livro tem uma premissa bastante interessante e envolvente. Mas por algum motivo, a trama não fluiu. É claro, é um livro muito bem escrito e estruturado, como se pode esperar de Meg Cabot, mas simplesmente a trama não envolve o leitor.
Emma é, em parte, o grande problema de tudo. Ela é sofrida, podemos nos solidarizar com ela já logo nas primeiras paginas do livro. Uma menina que sempre teve tudo do bom e do melhor, que parte em uma jornada, acreditando que o amor supera tudo e descobre que a vida não é o conto de fadas que imaginou, de uma forma bem dolorosa, por sinal. Mas ai é que esta o problema, Emma é sofrida demais, dramática demais e indecisa demais. Ela é aquele tipico personagem que você sente vontade de dar uns safanões.
O problema real do livro, acredito eu, esta no fato de que a trama não se desenvolve. Mais da metade do livro é um grande nada. Boa parte da narrativa é sobre as indagações pessoais de Emma, os diversos questionamentos que ela não verbaliza. São muitos “e se”.  Sem contar é claro, que com a falta de acontecimentos e a trama estagnada, abre margem para repetições. Ou seja,  vamos ter uma mesma cena fatídica recontada milhares de vezes até a ultima pagina.

Outro ponto irritante é a tentativa excessiva da autora de fazer com que a trama se torne engraçada. Apesar de os romances de época sempre serem recheados com aquela pitada de humor, isso não é algo extremamente necessário, um drama bem escrito vale mais do que um humor pastelão. Acho que neste sentido a autora cruzou a linha entre juvenil e adulto e talvez seja resquício de sua longa jornada em textos para o publico infantil. A maioria dos diálogos da trama tem pouco sentido ou então são infantilizados, fazendo parecer que os protagonistas tem 13 anos ao invés de 30. Falta conteúdo e sutileza, falta uma trama que envolva e personagens com conteúdo. Sem contar é claro, que a autora arrasta até os últimos capítulos um segredo que parece corroer Emma desde a primeira pagina, algo que ela guarda a sete chaves.  Só que esse “mistério” é tão simplista, mas tão simples que chega a ser risível, o leitor fica se pergunta: “eu li 240 paginas pra isso?”. Eu realmente não entendo qual é o apelo do livro para ele ter essa cotação tão alta entre os leitores, deve ser pelo simples fato de Meg Cabot.

Enfim, acho que deixei claro o meu ponto de que a trama me frustou, em vários sentidos. Não é uma leitura esplendorosa, pelo contrario, grande parte dela é lenta e enfadonha. É um romance bonitinho e sem muito conteúdo, mas a autora tem uma escrita simples, o que torna a leitura mais agradável.

Pode Beijar a Noiva é narrado em terceira pessoa, alternando o ponto de vista dos protagonistas,  mas sem separação. Possui uma diagramação simples, sem erros, paginas amareladas e fonte agradável para leitura. A capa também é maravilhosa, essa segunda edição ficou infinitamente melhor do que a primeira, apesar da antiga ser mais apropriada para a trama.
“Emma creditava a si mesma a culpa. Ela iniciara tudo com um beijo de boa-noite que deveria ter sido um simples beijo. E como era uma criatura lasciva para não ceder aos seus instintos básicos, naquela noite o que ela mais desejava era ver o que estava sob o roupão de cetim de James."
Sobre o autor:

Meggin Patricia Cabot, mais conhecida pela abreviação Meg Cabot ou Patricia Cabot ou pelo seu pseudônimo Jenny Carroll, é uma escritora estadunidense. 
É mundialmente famosa por ser autora de mais de 60 livros, dentre os quais seu maior bestseller é a série de dez volumes O Diário da Princesa. Atualmente Meg vive com seu marido e sua gata de um olho só chamada Henrietta em Nova Iorque.
Quando jovem, Meg passava horas a fio lendo as obras completas de Jane Austen, Judy Blume e Barbara Cartland. Munida com seu diploma de graduação em Artes na Universidade de Indiana, Meg se mudou para Nova Iorque, com a intenção de seguir uma carreira de ilustradora autônoma. A ilustração, entretanto, logo cedeu lugar à verdadeira paixão de Meg - a composição literária.

2 comentários:

  1. Olá, Geeh.
    Confesso que a premissa da obra não me chamou muito a atenção. Achei a coisa toda meio previsível. Aliás, acho que isso é meio que uma característica do romance de época. Ademais, esse drama todo da Emma provavelmente iria me irritar.
    Dessa vez, passo a leitura.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de maio. Serão três vencedores!

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  2. Da autora li A Mediadora e adorei. Mas da Patricia ainda não li nada e tenho vontade de ler para saber se é bom, mas lendo essa resenha fiquei um pouco decepcionada rs. Já vi que a protagonista não me agradaria gosto de mulheres decididas e o segredo é algo que tem que ter uma grande revelação e surpresa, mas elo visto deixa a desejar.

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