Resenha: Ligue-me Amanhã - Luna Bravin

30 junho 2016

Edição: 1
Editora: Bezz
ISBN: 9788568695029
Autor:  Luna Bravin
Ano: 2015
Páginas: 129
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Sinopse:
Evelyn mudou-se para os Estados Unidos aos 17 anos, no último ano de escola para fazer intercâmbio. Por causa de um garoto e da qualidade de ensino por lá, ela nunca mais voltou. Entrou para a mesma faculdade que seu peguete e acabaram por namorar sério, até noivarem três anos antes do final da faculdade -- prometendo a si mesmos que casariam após a formatura. Com 24 anos, vestida de noiva e ansiosa para a cerimônia, Evelyn é largada no altar ao que James, seu noivo (agora ex), foge com seu caso de três anos.
Sem reação apropriada, Evelyn troca suas passagens de lua-de-mel para uma na classe executiva e volta para seu país. Quando chega ao aeroporto e decide beber um café para acordar, ela, sem querer, acaba trocando seu aparelho de celular com o homem que sentava ao seu lado. Numa tentativa de descobrir quem está ligando atrás dela e o que fazer agora que seu namoro e noivado de anos acabou, ela começa a importunar o estranho que, agora, está com seu celular e que, infelizmente, não vai voltar logo dos Estados Unidos. Evelyn terá que enfrentar as amizades que deixou para trás e descobrirá que perdas dolorosas podem trazer um final feliz, no fim das contas.
Resenha:
“- Ei, ligue-me amanhã, tudo bem?
- Claro, Ev. Se cuide.”
Evelyn tinha 17 anos quando se mudou para o Estados Unidos para fazer um intercambio de ensino médio por um ano. Mas, ao chegar lá, ela conheceu James, um americano lindo e fantástico e logo estavam morando juntos e planejando o casamento.  Sete anos após, Evelyn agora é formada em jornalismo e esta prestes a se casar com James. Mas, eis que algo que ela não poderia imaginar acontece. Parada em frente a igreja, vestida de noiva, com uma igreja lotada de amigos e familiares ela recebe a noticia de que James fugiu com a amante, com quem mantinha um relacionamento de três anos e abandonou Evelyn, exatamente no dia do casamento.

O mundo perfeito de Evelyn vem abaixo com isso, e ela passa a questionar todas as escolhas que fez até chegar naquele fatídico dia. Desesperada e querendo o máximo de distancia de tudo que lembre a farsa que viveu por sete anos, ela troca a passagem que deveria ser usada para a lua de mel do casal por uma de ida para o Brasil, de volta a sua terra natal e seus amigos e familiares que ela abandonou.

Quando, enfim, chega em casa, Evelyn percebe que o celular que carrega não é o seu, que de alguma forma, em algum lugar durante o trajeto ela acabou pegando o celular de outra pessoa e deixando o seu. Tentando descobrir o que aconteceu, ela liga para o próprio numero e quem atende é um rapaz, que por sinal, também fala português, mas esta seguindo viajem para o EUA e ela acaba desenvolvendo uma amizade com o estranho sem rosto que agora esta em posse do seu celular, afinal, ela quer saber se James ligou ou não, e só o Estranho pode lhe dar esta informação no momento.
“Disquei meu numero sem pensar duas vezes, A ligação chamou três vezes , até que ouvi um longo chiado e então, uma voz rouca e imponente atendeu em português.- Por que diabos o meu próprio numero esta me ligando?”
Mas o retorno de Evelyn esta longe de ser tranquilo. Decidida a correr atras do tempo perdido e retomar suas antigas amizades, ela logo resolve procurar Isabela e Catarina, suas melhores amigas e também Eduardo, um amigo por quem ela sempre nutriu uma paixonite secreta. Mas ela acaba descobrindo que, após sua partida, Eduardo caiu no vicio das drogas e que veio a falecer dois anos antes, por overdose. Ela também recebe uma serie de cartas que ele escrevia para ela e enviava para a família, já que não tinha o endereço de Evelyn, e descobre também que ele era apaixonado por ela, de uma forma intensa e profunda, um amor que o levou a se auto destruir quando Evelyn partiu.
É entre as cartas que esta no ultimo desejo de Eduardo, incumbindo Evelyn de distribuir suas cinzas em diversas igrejas pelo Brasil.
"Eu gosto de você, Estranho. Eu gosto mesmo. Você me ajudou quando eu mais precisei. Você me colocou para cima. Você me apoiou. Mas... Meu coração sempre terá um lugar especial para o Eduardo."
Então gente, não tem muito mais que eu possa falar sobre o livro sem dar spoilers, afinal, tem apenas 129 paginas. “Ligue – me Amanhã” é um livro que, para mim, foi uma surpresa. Quando fechamos a parceria com a Bezz e recebemos um kit de quatro livros, a Ana queria apenas um e eu dois, e daí sobrava “Ligue-me Amanhã”. Conversamos, debatemos, tiramos no palitinho e ele acabou na minha mão. E não é que de todos os três que peguei, ele foi o melhor de todos, em disparada!? A maior ironia do destino!
Mas, apesar de ser o melhor, não foi uma leitura que me convenceu totalmente. Ele é sim um livro rápido e fácil de ser lido, mas ao mesmo tempo existe um distanciamento do leitor com a trama e os personagens, é difícil se apegar a eles, principalmente da protagonista.
Evelyn é aquele tipo de personagem que não tem uma personalidade definida, ao mesmo tempo em que ela se mostra frágil, tímida e insegura, no paragrafo seguinte ela é mimada, egoísta e vulgar.
Outro ponto pouco convincente de Evelyn é o estranho amor e obsessão que ela desenvolve pelo antigo amigo morto, Eduardo. Ela passou sete anos no EUA, não lembra nem o sobre nome do coitado, nunca fez uma ligação,nem um contato, nem mesmo por rede social, ele nunca procurou a família dela para descobrir o endereço dela  e do nada, assim que ela leva um pé na bunda do noivo, ela descobre que Eduardo era o amor de sua vida. Oi? estranho, não? Este é um ponto que a autora deveria ter desenvolvido melhor. Na verdade, ela deveria ter desenvolvido melhor todos os relacionamentos do livro, pois o que tem de gente que se conhece e se apaixona do dia para noite não é brinquedo.

Mas, em contra ponto das relações mal elaboradas, temos a de Evelyn com o Estranho, e essa sim foi maravilhosa. Ela acidentalmente troca de celular com um homem qualquer na cafeteria do aeroporto quando esta chegando no Brasil e ele voando para o EUA. A relação deles começa já de forma engraçada, pois ele encontra “nudes” dela no celular. E a partir daí, ela acha mais simples desabafar com alguém neutro e que não esta envolvido no seu drama particular, e assim se dá o relacionamento de ambos, sem ele nunca revelar qual é o seu nome verdadeiro, mas sempre com uma palavra de carinho e incentivo para ela.

Só que de novo, a autora peca na previsibilidade. Ela deixa muitas pistas sobre o final da trama logo no inicio, e após no máximo 30 paginas, o leitor é capaz de adivinhar qual é o final.
Os diálogos também me incomodaram um pouco, pois apesar de serem bem construídos e inteligentes, a autora os sobrecarrega de palavrões, algo que eu tenho visto bastante ultimamente e me parece uma tentativa, mal sucedida, de aproximar o leitor dos personagens.

Enfim, este é um livro com uma bagagem emocional bastante grande, já que estamos lidando com abandono e morte quase por 100% da trama. Mas, também é sobre superação e recomeço.
E apesar dos pós e contras, foi uma leitura bastante agradável , que eu recomendaria para todos que gostam de um bom drama, recheado de romance e emoções a flor da pele.

Sobre o livro físico eu não tenho muito o que falar, ele é super bonito. Eu, particularmente, acho que a diagramação da editora Bezz poderia ser melhorada. Em todos os livros que li tudo é muito exagerado, com detalhes em excesso, deixando as paginas “poluidas” com inicio de capítulos de paginas imensos, numeração de paginas enormes... E também tem o problema das margens nas paginas, que são praticamente inexistentes, o leitor precisa abrir o livro ao máximo para conseguir ler as palavras dos cantos.
Mas, a qualidade do livro é muito boa, as paginas são amareladas e grossas, com fonte agradável para a leitura e uma capa bonita e resistente. A revisão também esta boa, com poucos erros de revisão e digitação, nada que atrapalhe a leitura.

Sobre o autor:
Nascida em Santa Catarina, sempre gostou do frio e da sensação de morar em uma cidade situada em meio a um vale. Por toda a sua vida, teve uma longa e duradoura paixão pelos livros. Sua adolescência foi recheada de Meg Cabot e romances diversos. Terminou seu primeiro livro, com 15 anos, mas, achou-o tão ruim, que o escondeu, em uma gaveta qualquer, que nem se lembra mais qual é. Atualmente, Luna aproveita o tempo vago, entre o trabalho e a faculdade, para criar histórias que, de acordo com ela, possam mexer com os sentimentos e a imaginação das pessoas, como aconteceu com ela própria, ao ler obras de muitos escritores. E, quando a inspiração concede-lhe uma trégua, parte para sua segunda paixão: filmes e séries de televisão.

10 comentários:

  1. Primeiramente, preciso dizer que esta capa me chamou a atenção logo de cara. Muito delicada!
    Acho que nunca li nada da editora, mas esta obra a qual resenhou parece ser bacana.


    PROMOÇÃO DOIS ANOS DO BLOG BIO-LIVROS

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  2. Oi, Geeh!
    Imagino que fazer a leitura deste livro não deve ser fácil para aqueles leitores mais sentimentais. Eu inclusive, lendo sua resenha, senti as dores da protagonista por ela ser abandonada no altar, sendo trocada por outra mulher e por saber que sua antiga paixão morreu, deixando-lhe várias cartas. Apesar dos diversos pontos negativos, é uma história que eu não recusaria em ler, e desta fora, adicionei o livro em minha lista de desejados.
    Bjs!

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  3. Oi Geeh.
    Não conhecia a editora e fiquei feliz por ver mais uma editora publicando livros nacionais.
    Amei a capa desse livro e gostei bastante do enredo da obra. Gosto de livros que trazem uma carga emocional significativa, e fiquei curiosa pra saber como seria o desenrolar desse envolvimento da Evelyn com o "Estranho".

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  4. Oi.
    Eu também fiquie com o pé atrás com essa personagem, como uma pessoa pode mudar de humor tão drasticamente? Sinceramente não sei.
    É meio louco essa paixão que ela diz sentir pelo melhor amigo morto, sendo que nem sequer procurou saber dele enquanto estava longe, isso para mim se chama egoísmo.
    Irei ler com certeza.
    Bom Dia.

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  5. Olá, Geeh.
    Apesar da resenha positiva, com pontos negativos, o livro não me convenceu completamente. Essa personagem com personalidade variável não me agrada e a previsibilidade menos ainda. Então, acho que acabaria não gostando da obra.
    Bom texto, mas passo a dica.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de junho. Serão quatro livros e dois vencedores!

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  6. Gostei bastante da resenha, adoro quando a blogueira deixa claro os pontos fortes e fracos do livro, porém o enredo não me convenceu e nem me deixou curiosa para lê-lo.

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  7. Olá!
    Nunca li nada dessa autora. A capa está bonita e a sinopse é interessante, principalmente para os fãs de romance. Mas apesar da sua ótima resenha, o enredo não me chama muito a atenção. Então, deixo passar. Obrigada pela dica. Abraços.

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  8. q bom conhecer livros nacionais novos, mas sinceridade só pelo resumo eu não leria e depois de saber q o povo se apaixona a primeira vista acho que vou deixar passar.
    obrigada pela resenha
    bjs

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  9. É ruim quando os personagens não nos cativa soa artificial a historia, sem falar dessas paixões da noite pro dia isso não me ganha, gosto de romances que surgem naturalmente. Mas fiquei com dó da Evelyn ser abandonada na porta da igreja ninguém merece.

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  10. Oi Geeh, tudo bem???
    Eu estava curtindo a premissa do livro quando você falou nas 129 páginas.. desisti na hora... mesmo com suas ressalvas construtivas eu tinha pensando em ler, porque gostei da troca acidental dos celulares... eu gosto desses acasos simples da vida... mas 129 páginas pra mim não dá... é pouca página para um livro que parece ter uma carga emocional mais forte... enfim.. xero!!!

    http://minhasescriturasdih.blogspot.com.br/

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