Resenha: Ligeiramente Seduzidos - Mary Balogh

27 julho 2016

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580415469
Autor: Mary Balogh
Serie: Os Bedwyns – Livro 4
Titulo original: Slightly Tempted
Ano: 2016
Páginas: 288
Tradutor: Ana Resende

Sinopse:
Jovem, estonteante e nascida em berço de ouro. É apenas isso que Gervase Ashford, o conde de Rosthorn, enxerga em Morgan Bedwyn quando a conhece, num dos bailes da alta sociedade inglesa em Bruxelas.
Em circunstâncias normais, ele não olharia para ela duas vezes - prefere mulheres mais velhas e experientes. Porém, ao saber que Morgan é irmã de Wulfric Bedwyn, a quem Gervase culpa pelos nove anos que passou longe da Inglaterra, decide que ela é o instrumento perfeito para satisfazer seu desejo de vingança.
Mas Morgan, apesar de jovem e inocente, também é independente e voluntariosa e, assim que entende as intenções do conde, se prepara para virar o jogo e deixar claro que não se deixará manipular por ninguém.
Em Ligeiramente Seduzidos, quarto livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh nos brinda com mais uma história fascinante. Em uma trama repleta de traição e vingança, escândalo e sedução, ela mostra que o caminho para o amor pode ser difícil, mas que a recompensa faz cada passo valer a pena.

"Ligeiramente Seduzidos" é o quarto livro da serie Os Bedwyns, precedido por "Ligeiramente Casados", "Ligeiramente Maliciosos" e "Ligeiramente Escandalosos". Para ler as resenhas já publicadas aqui no blog, é só clicar nos títulos.


Resenha:

“Ligeiramente Seduzidos” é mais um livro da família Bedwyn e dessa vez nos trás a historia da mais jovem entre os irmãos, Morgan Bedwyn.

Este é um livro diferente da maioria dos romances de época. Na verdade, eu acredito que ele seja melhor classificado como um romance histórico, afinal, ele se passa bem longe dos grandes salões de Londres e da alta temporada na cidade. A trama acontece em Bruxelas, na Bélgica, em meio a uma guerra contra os franceses.
Essa foi uma batalha verídica, que ficou conhecida como a “batalha de Waterloo”, um confronto entre Napoleão Bonaparte e o Sétima Coligação, a junção dos exércitos da Inglaterra, Rússia, Prússia e Áustria, lideradas pelo Duque de Wellington, que resultou na derrota de Bonaparte, o fim dos “Cem dias de Governo” e o seu exílio na Ilha de Santa Helena, onde veio a falecer seis anos após, mas isso não vem ao caso para o livro. E é em meio a esse cenário que vamos ter a nossa trama se desenvolvendo.

Margan Bedwyn, assim como os irmãos, é um pouco fora dos padrões da sociedade Londrina e esse é o ano em que debutou na sociedade pela primeira vez. Ela abomina o mercado casamenteiro e acha todos os rapazes de sua idade entediantes e sem assunto. Quando ela descobre que seu irmão mais novo, Alleyne, que trabalha para o governo, esta se encaminhando para Bruxelas por conta do iminente confronto com os franceses ela convence o irmão mais velho, o Duque, de que comparecer aos eventos de lá é algo bom, que ela pode conhecer melhores partidos, pessoas mais importantes na temporada de lá. E assim ela parte para Bruxelas. Mas a realidade é que Morgan quer vivenciar a historia, ter a oportunidade de ver de perto algo que vai ser um marco e lembrado para sempre.
“Morgan esperava que o cenário em Bruxelas fosse ser de grandes exercícios políticos e intelectuais, com conversas estimulantes onde quer que estivesse. Que tolice de sua parte."
Só que nem tudo sai como imaginado, em todos os sentidos, já que é lá que ela conhece o conde de Rosthorn, um homem mais velho e com um charme de tirar o folego. Morgan não é uma garota dada frivolidades da alta sociedade, e não se deslumbra com facilidade, principalmente por homens e a tendencia que eles tem de subestimar as mulheres, as tratando como um objeto decorativo e não um ser pensante. Mas quando ela conhece Rosthorn, que a trata como uma igual, conversando sobre tudo inclusive sobre a batalha iminente, ela se vê envolvida por ele.
Mas o que Morgan não sabe, é que Gervase Ashford, o conde de Rosthorn é um inimigo declarado de seu irmão mais velho, o Duque de Bewcastle e que ela é apenas um meio para ele atingir Wulfric.
O que ela e a família também não poderiam imaginar é que a guerra se estabeleceria tão rapidamente e que Morgan se veria sozinha em meio ao caos, ajudando as mulheres do outros oficiais a cuidar os feridos de guerra.
"Ela murmurava baixinho para o rapaz enquanto limpava o rosto dele com um pano molhado. O soldado encontrava-se na longa fila a espera dos cuidados do cirurgião.Então, a jovem se levantou e passou a parte de trás do punho sobre os olhos em um gesto de cansaço.Santo Deus! Gervase ficou subitamente paralisado. A jovem dama era Lady Morgan  Bedwyn.”
Como eu falei, esse é um livro diferente de todos os que eu tenho lido,tanto dessa autora quanto das outras bastante conceituadas no momento, pelo simples fato de que é um livro dramático, mas não somente um romance dramático. A mocinha não sofre pelo mocinho, ela não se desespera pelo romance não concretizado, ela sofre pela guerra, pela perda, pelo sentimento de impotência e isso é meio chocante para o leitor que esta acostumado com os romances de época clichê e engraçado.
Morgan Bedwyn é uma personagem forte, mas, ao mesmo tempo, ela é a que menos aparenta ter essa personalidade.
Gervase também é um personagem muito bem construído, com uma bagagem emocional imensa e extremamente impactante. Ele é um homem sofrido e sensível, por trás da fachada descontraída e inconsequente. E o mais legal de tudo, é que tanto Morgan, quanto Gervase conseguem ver além do que os dois aparentam, alem da fachada. Ele percebe que ela não é aquela mocinha ingenua e fútil, que se deslumbra facilmente e ela percebe que existe um coração por trás do libertino famoso.
"O ódio é um passo adiante da indiferença de ontem, ma chérie. Já lhe ocorreu que eu esteja tentando fazê-la me amar porque eu a amo?"
Contudo, a discrepância dos atos da protagonista foram um tanto quanto difíceis de conceber, levando em consideração a época e as regras rígidas da sociedade que as mulheres daquela época eram obrigadas a seguir, principalmente sobre recato e reputação.
Ela é uma Bedwyn, e um traço que a autora frisou desde o inicio é a impulsividade dos membros da família. Mas, Morgan ao longo da trama se tornou um personagem forçado, até um pouco caricato, com traços de personalidade extremamente forçados. O que acaba fazendo com que o leitor não se envolvo com ela de forma adequada.
Já Gervase, apenas da carga emocional, é exatamente o tipo de mocinho que estamos acostumados nos romances de época: o libertino galante e de boa aparência.
Também vamos ter neste livro a participação ativa de todos os outros casais já formados nos livros anteriores. Foi maravilhoso rever Frayja, minha personagem favorita.

Apesar de tudo, a escrita de Mary Balogh é maravilhosamente simples e fácil, ela nos apresenta uma trama rica em detalhes históricos, principalmente na primeira parte do livro. A leitura flui fácil, apesar dos personagens em alguns momentos deixarem a desejar bastante.
Sobre o livro físico, é uma obra muito bem elaborada, a capa é linda e a modelo tem exatamente as características descritas de Morgan. A diagramação também é de boa qualidade, mas surpreendentemente eu encontrei alguns erros de revisão , mas nada que atrapalhe a leitura.

Enfim,  eu sou fã da autora e dessa serie, o fato é que com este volume eu tive uma relação de amor e ódio.  Eu sou uma pessoa que ama historia,seja as reais ou fictícias, então quando ela transformou Bonaparte e o Duque de Wellington em personagens, ganhou meu coração. Mas eu também fiquei bastante chateada em como a autora conduziu os protagonista. Mas, nem tudo são flores e eu sigo firme e forte, esperando ansiosamente o próximo volume.

Sobre o autor:


Mary Balogh nasceu e foi criada no País de Gales. Ainda jovem, se mudou para o Canadá, onde planejava passar dois anos trabalhando como professora. Porém ela se apaixonou, casou e criou raízes definitivas do outro lado do Atlântico.
Sempre sonhou ser escritora e tinha certeza de que, no dia em que escrevesse um livro, ele seria ambientado na Inglaterra do Período da Regência. Quando sua filha mais nova tinha 6 anos, Mary finalmente encontrou tempo para se dedicar ao antigo sonho. Depois de três meses escrevendo na mesa da cozinha, a primeira versão de sua obra de estreia estava pronta. Publicada em 1985, deu a Mary o prêmio da Romantic Times de autora revelação na categoria Período da Regência. Em 1988, depois de vinte anos de magistério, ela passou a se dedicar apenas aos livros.
Hoje Mary Balogh é presença constante na lista de mais vendidos do The New York Times e vencedora de diversos prêmios literários.

7 comentários:

  1. Amei essa resenha e o livro, o enrendo é incrível pois a trama é repleta de traição e vingança, escândalo e sedução. Além de ser um livro de época ♥ Adorei por ter coloca um fato histórico como a batalha do Waterloo, pois envolve o Napoleão Bonaparte =D . Essa série já está muito tempo na minha lista de desejos ♥

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  2. Não li nenhum livro da série. Achei super diferente dos demais devido a historia não focar no romance é o primeiro que vejo focar em outros assuntos. E parece ser mais comovente devido a abordagem da guerra.

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  3. Olá, Geeh.
    Acredito que iria gostar mais desse romance de época do que dos demais, exatamente pelo que diferencia dos outros. O fato da protagonista não sofrer por amor, mas por causa da guerra e ter um lado dramático mais forte me agrada.
    Ótima resenha.

    Desbravador de Mundos - Participe do top comentarista de julho. Serão quatro livros e dois vencedores!

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  4. Oi.
    Ainda não li nenhum livro dessa série e também nenhum outro da autora. A premissa desses livros não me chama a atenção, apesar de gostar de romances de época. Talvez em outro momento venha a ler. Muito boa sua resenha. Beijos.

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  5. Não li nenhum desses livros, porém não é uma serie que me chama muito a atenção, pois eu tenho que estar no clima para ler romances de épocas.

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  6. Sofrimento e mais sofrimento. O que achei bom nele é ter esse jeito diferente, de não ser um dramalhão por amor. Porque o foco na guerra e esse tipo de drama é bem diferente, ainda mais pelo gênero. Ele tem aquelas coisas que livros assim costuma ter, o amor e a parte mais histórica, mas parece ser um livro bem interessante por essa coisa da guerra. Achei legal. Gostaria de ler essa série, mas ainda não deu =/

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  7. eu não sou muito fã de romances de época, mas já gostei desse que o sofrimento da mocinha não é pelo rapaz e sim pelas coisas que estão acontecendo ao redor.
    talvez eu dê uma chance

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