Resenha: Ainda Estou Aqui - Marcelo Rubens Paiva

22 fevereiro 2017


Edição: 1
Editora: Alfaguara
ISBN: 9788579624162
Ano: 2015
Páginas: 296


Livro cedido em parceria coma editora
Sinopse: Trinta e cinco anos depois de Feliz ano velho, a luta de uma família pela verdade Eunice Paiva é uma mulher de muitas vidas. Casada com o deputado Rubens Paiva, esteve ao seu lado quando foi cassado e exilado, em 1964. Mãe de cinco filhos, passou a criá-los sozinha quando, em 1971, o marido foi preso por agentes da ditadura, a seguir torturado e morto. Em meio à dor, ela se reinventou. Voltou a estudar, tornou-se advogada, defensora dos direitos indígenas. Nunca chorou na frente das câmeras. Ao falar de Eunice, e de sua última luta, desta vez contra o Alzheimer, Marcelo Rubens Paiva fala também da memória, da infância e do filho. E mergulha num momento negro da história recente brasileira para contar — e tentar entender — o que de fato ocorreu com Rubens Paiva, seu pai, naquele janeiro de 1971.



Me sinto honrada por poder falar sobre o livro desse autor. Pois tenho muita admiração e respeito pelo mesmo. Li o livro " Feliz ano velho" há muito tempo, e quando vi esse fiquei ansiosa para lê-lo também. Mesmo com um enredo diferente, ambos são ótimos livros, nos faz refletir sobre a história recente do Brasil.

A escrita do autor esta mais madura, mas ainda conserva o bom humor da juventude.
Um livro que te prende do inicio ao fim.
Ele cita situações em relação ao pai dele, mas o foco principal desse livro é sua mãe e a doença de Alzheimer.
“ Minha mãe não exercia seu afeto por meio de afagos, mas pela praticidade. Nunca me disse - Eu te amo filhinho. Mas eu sabia que ela me amava, orgulhava-se de mim, sem demonstrar."
Uma mulher forte e corajosa, que enfrentou situações adversas e mesmo assim continuou atuante em busca da verdade sobre o que aconteceu ao marido.
Através do livro, vamos acompanhando sua trajetória como advogada e em luta pelos menos favorecidos. Um verdadeiro exemplo de coragem e determinação.
Vamos vivenciando através da leitura o inicio e desenvolvimento do Alzheimer. E como o autor e a família convivem com a doença, sem deixar que isso destrua a esperança.
O enredo possui várias situações emocionantes e engraçadas que deixam o livro mais leve. Foi um mergulho na vida do autor e com vários aprendizados implícitos.
O tipo de livro que precisamos ler em algum momento da vida! Principalmente agora, acredito eu.
“ Minha mãe era machista. Topava as maluquices e irresponsabilidades do filho homem. Não as das meninas. No fim de 1979, sofri um acidente. Acordei na UTI, eu estava paralisado do pescoço para baixo. Ela ficou do meu lado. Mas ai é outro livro .”
A capa é linda, aveludada e com relevo em verniz . Páginas amarelas e letras em bom tamanho, possui divisor de capitulo simples. Boa diagramação. A editora esta de parabéns pela qualidade das capas.Super recomendo.











Avaliação:


Sobre o autor: 



Nascido em São Paulo em 1959, aos 11 anos de idade sofreu o primeiro grande baque de sua vida: o desaparecimento do pai (o ex-deputado federal Rubens Paiva) pela ditadura militar.Um despertar violento da consciência política. Estudou na USP e Unicamp. E então aos 20 anos de idade , ele sofreu o segundo grande baque: um acidente que o deixou tetraplégico. Hoje, com muita fisioterapia, voltou a locomover as mãos e os braços.
Desde 1989, depois que estudou dramaturgia no CPT do Sesc, em São Paulo, ele estreou no teatro com a peça 525 Linhas, dirigida por Ricardo Karman. Em 1998, estreou E aí, Comeu?, peça dirigida por Rafael Ponzi, que depois mudou de nome pra Da Boca Pra Fora. Com ela, ganhou o Prêmio Shell, melhor autor, em 2000.





5 comentários:

  1. Graça!
    Lembro que quando recebi a notícia do médico que em pouco tempo poderia estar na cadeira de rodas, fiquei bem triste e por uma obra do destino, o livro Feliz Ano Velho caiu nas minhas mãos e me deu forças para superar o impacto e fazer o máximo possível para evitar ficar dependente. Se passaram 10 anos, tenho dificuldades grandes para caminhar, uso órtese e muleta, mas ainda não fui para a cadeira de rodas e espero que demore muito para que isso aconteça.
    Agora quero conferir mais esse livro do autor, porque mainha tem Alzheimer e poderei aprender com a experiência dele uma vez mais.
    “Saber encontrar a alegria na alegria dos outros, é o segredo da felicidade.” (Georges Bernanos)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  2. Graça, o Marcelo teve uma vida bastante conturbada, mas mesmo assim ele conseguiu dar a volta por cima. E um livro que trata de um tema tão sensível é difícil se conter para não ler, e achei bem tocante o quote em que a mãe dele nunca disse que o amava mas ele sentia isso, sentia que a mãe sempre foi orgulhoso dele, aquela ligação entre mãe e filho que poucos têm é incrível. Nunca tive ou conheci ninguém que tem Alzheimer mas creio que tem que ter muito cuidado com pessoas assim, e parece que o Marcelo teve esse cuidado total com a mãe dele, fez o que todos os filhos devem fazer, nunca abandonar os pais.
    Ainda não conhecia o autor, mas espero poder esse livro algum dia.

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  3. Que historia linda de força, determinação, perseverança e muita comoção. Essa doença é terrível, não conheço ninguém que tenha, mas imagino como deve ser a luta de quem tem e de seus familiares. Deve passar ao leitor grandes lições de vida. Ainda não li nenhum livro do autor, mas espero ler.

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  4. eu li o outro livro do rubens a muito tempo atrás e simplesmente me apaixonei.
    fico impressionada com a capacidade dele de falar de assuntos sérios, nesse caso sobre uma doença horrivel, que se duvidar afeta a vida dos familiares e amigos tanto quanto da pessoa
    espero le-lo em breve

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  5. Não conhecia esse livro/autor ainda, achei o tema abordado interessante, porém não me decidi se leria ou não esse livro. No momento estou mais fixadas em temas de distopia, terror e ficção sabe. Mas se tiver a oportunidade, lerei.

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