Resenha: A Sétima Cela (Trilogia A Cela - #1) - Kerry Drewery

04 fevereiro 2017


Edição: 1
Editora: Astral Cultural
ISBN: 9788582462652
Ano: 2016
Páginas: 316
Tradutor: Ivar Panazzolo Junior


Livro cedido pela editora para resenha
Sinopse: Martha Heneydew é a primeira adolescente a ser presa e condenada no novo sistema de justiça da Inglaterra. A polícia a encontrou ao lado do corpo de Jackson Paige, filantropo, milionário e uma das celebridades mais queridas do país. Nesse novo sistema de justiça, o condenado tem sete dias: cada dia em uma cela diferente para ter seu destino determinado pelos votos dos telespectadores. Se a audiência do programa de TV Morte é Justiça decidir pela inocência do preso, ele será solto. Caso contrário, será morto na cadeira elétrica. Porém, algumas peças não se encaixam na história que Martha conta para a justiça. Ela se declara culpada, mas há algo por trás da cena do crime que os telespectadores ainda não sabem. Com a ajuda da consultora psicológica, Eve Stanton, de um juiz do antigo sistema jurídico, Cícero, e do seu grande amor, os sete dias que precedem sua execução serão de muita intensidade, sofrimento, descobertas inesperadas e reviravoltas de perder o fôlego. Quem é, de verdade, Jackson Paige? Martha Heneydew é realmente culpada? Será que esse sistema jurídico é justo? Nesta distopia eletrizante, todas essas questões nos fazem refletir sobre o poder do dinheiro que, muitas vezes, prevalece sobre a justiça. E Martha, uma adolescente forte e destemida, mostra sua crença em uma sociedade verdadeiramente justa, na força da amizade e do amor. Mesmo que isso possa significar sua própria vida.


Quando recebi esse livro da editora para resenha, me encantei com o kit lindo que nos foi enviado. A editora fez um ótimo marketing em cima da história do livro e fiquei mega curiosa para conferir a história. Assim, embarquei nessa distopia incrivelmente real e cheia de significados.
"KRISTINA: Percebam, senhoras e senhores. A função desse aparelho é colocar a justiça e a morte totalmente nas mãos de vocês. Vocês são os juízes, os jurados e até mesmo os carrascos agora. Essa máquina recebe informações diretamente das linhas telefônicas, convertendo-as em ação. Nosso compromisso é dar poder ao povo!"
Antes de falar dos personagens, quero falar um pouco sobre o sistema judiciário criado pela autora: Não existe mais tribunais. O novo sistema judiciário é um reality show. Isso mesmo! Você, caro telespectador, decide a vida ou a morte do preso ligando para os números que aparecem na sua TV ou votando pelo site do programa Morte é Justiça. O é transmitido diariamente, com direito a platéia. A apresentadora é odiosa e espero que ela tenha uma morte lenta e dolorosa! >.<
O acusado é levado para as celas e lá, ele espera 7 dias, cada dia em uma cela, até sua possível execução. Cada cela carrega uma característica que mexe com o acusado de maneiras diferentes. Detalhes que só é percebido por quem está lá, atrás das grades, esperando a decisão do público.
A sociedade é dividida entre os pobres (povo que mora nos Arranha-Céus) e os ricos (povo que mora nas Avenidas). Eles não se misturam, vivem isoladamente e os ricos se fazem de bonzinhos para os pobres, mas na verdade, só fazem isso para ficar bem na TV.
O livro possui muitas questões éticas que nos fazem pensar sobre o modo como vivemos hoje e em como seria se tivéssemos esse sistema nos dias atuais... por um lado, se não houvesse ganância e corrupção, seria interessante a ideia de "Olho por Olho", mas aí, pessoas inocentes começam a morrer no lugar das pessoas que realmente são culpadas.... como fazer isso dar certo???
Vocês se perguntarão isso e muito mais enquanto desbravam essas páginas!
"Ainda restam duas horas da minha vida, e tudo isso pode ser assistido ao vivo pela TV.
E em pay-per-view agora, também.
Quem imaginaria que eu seria alguém tão interessante a ponto de outras pessoas pagarem para me ver morrer? Voyeurismo é isso aí.
Quantos vão ver meu último suspiro? Mais do que aquelas que viram o último suspiro de Jesus! Ha ha."
Neste contexto, começamos o livro acompanhando Martha Heneydew, uma adolescente de 16 anos que mora nos Arranha-Céus e que acaba de assumir a culpa pelo assassinato de Jackson Paige, o queridinho da Inglaterra. Martha se declara culpada, mas como a sinopse diz, muitas coisas não se encaixam na versão da garota; mas o sistema não está interessado em descobrir a verdade. Eles querem ganhar dinheiro e dar diversão ao telespectadores votantes.
Martha sabe que vai morrer, e ela está bem com isso. Ela será a mártir para outra pessoa ser o herói e desmascarar o sistema, mas será que o herói está disposto a perdê-la?
Partindo dessa premissa, Kerry Drewery constrói um enredo rico em sentimentos e com personagens tão humanos que fica difícil não amá-los ou odiá-los na intensidade que cada um merece.
Martha é uma personagem maravilhosa, ela acredita que sua morte pode ajudar a melhorar o sistema e isso a impulsiona a continuar. Apesar de ter apenas 16 anos, não vemos a idade na garota; Martha se tornou adulta cedo, precisando trabalhar para pagar o aluguel sozinha depois que sua mãe faleceu. Ela é inteligente, esperta e ama com uma intensidade abrasadora! Nem preciso falar mais neh? Adorei conhecê-la!
"Você e eu tivemos nossos papéis definidos pelo lugar onde fomos criados - você pode ser o guerreiro, e eu a mártir. Afinal de contas, isso é tudo que uma garota dos Arranha-Céus como eu pode fazer. Não sou inteligente o bastante, autoconfiante o bastante. não tenho dinheiro o bastante e não tinha nem mesmo futuro antes de chegar neste lugar. Pensamos que poderíamos ficar juntos, mas isso foi pura ilusão.
Ame-me o bastante para me deixar partir."
Temos outros personagens de igual importância para a trama, mas não vou falar sobre cada um deles pois vocês precisam ter o fator surpresa enquanto leem o livro. Principalmente sobre o par romântico de Martha: sim! É clichê e logo no começo do livro, já sabemos quem ele é, mas, mesmo assim, é lindo de acompanhar. Infelizmente, não temos aquele primeiro contato com os dois antes do assassinato, vamos conhecendo a história deles por Martha que vai revivendo o passado enquanto aguarda sua execução, mas é óbvio que o envolvimento deles é sério e que um é capaz de qualqur coisa pelo outro, mesmo sendo tão jovens!
A narrativa é intercalada entre primeira pessoa e terceira pessoa. Martha nos conta sobre seu passado enquanto está nas celas. Os demais personagens que aparecem na trama, são companhados pela narrativa em terceira pessoa. Também temos o programa Morte é Justiça que é descrito detalhadamente, para sentirmos como se estivéssemos assistindo ao programa, ao invés de lendo sobre ele.
O mistério todo que envolve a morte de Page é contado em pequenas doses e nos deixa absorto em uma névoa de mistério, corrupção e mentiras. A escrita da autora é linear e sucinta, possui poucas descrições, o que eu gosto muito, mas nesse contexto, senti falta de saber o ano em que a trama se passa e, apesar da justiça ter dado todo esse salto, a tecnologia parece ter parado no tempo.
"Essas lembranças de você são boas. Neste lugar, as lembranças são tudo o que tenho para passar o tempo. E visões de esperança, de um lugar mais justo. Um lugar melhor pelo qual você possa lutar depois que a minha hora chegar."
Eu amei os brindes enviados pela editora e trouxe algumas fotos deles aqui para vocês verem. O livro está lindo demais: capa condizente com o enredo, ótima diagramação, capítulos separados pelo número da cela onde Martha está e sem erros de revisão aparentes.
O final me deixou procurando mais algumas folhas, porque nunca pensei que o livro terminaria daquele jeito.... o programa acabou junto com o livro, agora fica só a expectativa do livro 2 para sabermos o que vem por aí!
Do mais, só indico essa leitura, tenho certeza que vocês não vão se arrepender! ;)


Avaliação: 



Sobre a autora: 


Kerry vive em Lincolnshire entre o campo e o mar. Ela tem um diploma de honras de primeira classe em Redação Profissional, trabalhou para BookStart e foi finalista na BBC Scriptwriting para a competição de crianças. É um membro orgulhoso do autor Allsorts e dos escritores principais. Além das coisas sensatas, Kerry gosta de correr, andar de bicicleta e nadar, e já passou 12 horas correndo sobre a Humber Bridge de novo e de novo ... Ela também nada em lagos no inverno em um biquíni. Seu novo livro, A Sétima Cela está com Hot Key Books em 22 de setembro. Ela espera que as pessoas gostem. A Brighter Fear foi selecionado para o Leeds Book Awards Um Sonho de Luzes foi selecionado para o Hampshire Independent Schools Books Award, premiado com o Highly Commended no North East Teen Book Awards e indicado para a CILIP Carnegie Medal. Ela também é co-coordenadora dos eventos UKYA Extravaganza com a autora Emma Pass que trazem leitores, autores e blogueiros juntos para celebrar talento UKYA.


6 comentários:

  1. Adorei o livro de verdade. Preciso ler o mais breve. Fiquei morrendo de curiosidade a respeito do final e saber que vira a segunda parte me deixou ainda mais feliz (amo continuações), fico pensando os motivos da guria assumir algo que não foi ela. Ansiosa para essa leitura.

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  2. ana!
    Enredo bem criativo, hein? Mas não muito a favor dessa onda de pena de morte, ainda mais quando é o público quem decide, porque há sempre as manipulações das massas e a própria mídia (tendenciosa) incita para a morte ou não.
    Mesmo assim, gostaria de fazer a leitura do livro, porque achei bem engenhoso.
    Desejo um ótimo final de semana!
    “Um saber múltiplo não ensina a sabedoria.” (Heráclito)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    TOP Comentarista de FEVEREIRO, livros + KIT DE MATERIAL ESCOLAR e 3 ganhadores, participem!

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  3. Ana, primeiramente amei esses botons enviados pela editora, muito criativos. Prosseguindo, eu amei esse enredo. Sou apaixonada por história onde temos protagonistas jovens mas que mudam totalmente o local onde vivem, por serem fortes e destemidos, e a Martha não é diferente. Pelo livro contar a história do programa como se estivéssemos assistindo-o, com certeza eu ficaria muito aflita nessas horas e com raiva da apresentadora, acredito que todo ser humano deve ser tratado com justiça e seriedade, e não como se estivesse em um reality show, mas como se trata de um livro de ficção, não podemos esperar mais do que isso. Creio que essa história se passada há séculos frente ao nosso, pode ser que antes a tecnologia não tenha se evoluído tanto, ou o local onde eles moram não desfrutam tanto dela quanto outros mais desenvolvidos.
    Agora fiquei curiosa sobre quem matou Paige.

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  4. Gostei do enredo e achei diferente, gosto de historias assim que inovam, sem tribunal, ricos e pobres não se misturam, fiquei me perguntando se fosse assim na realidade como seria. Se os personagens são assim tão humanos é muito gostoso pois é fácil se apegar a eles.

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  5. que inveja!!!
    eu quero um kit desses para mim!!
    eu estou louca para ler esse livro super curiosa para saber o que foi que causou a morte
    só não gostei de saber que o final é daqueles continua no próximo cap e tem que esperar um ano...

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  6. Olá, Ana.
    O kit do livro é lindo, mas fiquei curioso mesmo é sobre o enredo. Parece ser excelente, sem falar que deve tocar em vários aspectos éticos, dos direitos humanos e falar sobre a nossa sociedade atual.
    Sem dúvidas, darei uma chance.
    Ótima dica.

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