Resenha: Ligeiramente Perigosos - Mary Balogh

18 junho 2017

Edição: 1
Editora: Arqueiro
ISBN: 9788580416459
Autor: Mary Balogh
Serie: Os Bedwyns - Livro 6
Titulo original:Slightly Dangerous
Ano: 2017
Páginas: 304
Tradutor: Ana Rodrigues

Sinopse:
Aos 35 anos, Wulfric Bedwyn, o recluso e frio duque de Bewcastle, está ávido por encontrar uma nova amante. Quando chega a Londres, os boatos que correm são os de que ele é tão reservado que nem a maior beldade seria capaz de capturar sua atenção.
Durante o evento social mais badalado da temporada, uma dama desperta seu interesse: a única que não tinha essa intenção. Christine é impulsiva, independente e altiva – uma mulher totalmente inadequada para se tornar a companheira de um duque. Ao mesmo tempo, é linda e muito, muito atraente.
Mas ela rejeita os galanteios de todos os pretendentes, pois ainda sofre para superar as circunstâncias pavorosas da perda do marido. No entanto, quando o lobo solitário do clã Bedwyn jura seduzi-la, alguma coisa estranha e maravilhosa acontece. Enquanto a atração dela pelo sisudo duque começa a se revelar irresistível, Wulfric descobre que, ao contrário do que sempre pensou, pode ser capaz de deixar o coração ditar o rumo de sua vida.
Em Ligeiramente Perigosos, o sexto e último livro da série Os Bedwyns, Mary Balogh conclui a saga desta encantadora família em uma trama repleta de cenas sensuais, tiradas espirituosas e personagens à frente de seu tempo. Ao unir um homem e uma mulher tão diferentes, ela mostra que o resultado só poderia ser um par perfeito.


"Ligeiramente Perigosos" é o sexto e ultimo livro da serie "Os Bedwyns", precedido por "Ligeiramente Casados", "Ligeiramente Maliciosos", "Ligeiramente Escandalosos", "Ligeiramente Seduzidos" e "Ligeiramente Pecaminosos". Para conferir as resenhas dos livros anteriores já publicadas aqui no blog é só clicar nos títulos.

Resenha:

Wulfric Bedwyn desde muito jovem foi obrigado a vestir o manto de Duque de Bewcastle, e assumir o lugar de seu falecido pai na sociedade londrina e como o chefe da família Bedwyn. A grande responsabilidade e a abnegação exigida pelo titulo transformou o menino impetuoso e brincalhão em um homem frio, calculista e temido por todos. Mas, também em alguém solitário. Então, depois de ver todos os seus irmãos mais novos casarem-se e formarem suas respectivas famílias, Wulf amarga uma solidão ainda maior, já que não possui nem mesmo a companhia dos seus.
Essa melancolia o leva a fazer algo inusitado: aceitar o convite de um conhecido para passar uma temporada de festividades em sua casa de campo.
Apesar da posição e do prestigio de Wulf e os milhares de convites semelhantes que já recebeu, isso é algo fora de sua zona de conforto, o que o faz se arrepender de ter aceitado o convite assim que o sim sai de seus lábios. Mas o Duque de Bewcastle não volta atrás em sua palavra, e assim, Wulf parte em viajem para o que promete ser a maior penitencia alto imposta de sua vida.
"Ela antipatizava intensamente com o duque de Bewcastle. Mais do que isso, sentia imenso desprezo por ele e por tudo o que ele representava. Também sentia um pouco - muito pouco - de medo dele, embora preferisse ser torturada a admitir aquilo para qualquer outro mortal."
Já Christine Derrick, que era uma menina simples que ascendeu a aristocracia por meio do casamento, é a personificação da luz. Agora viúva, ela tenta a todo custo viver longe da sociedade que um dia fez parte e que tantos dissabores lhe causaram.
Depois da trágica morte do seu marido, Chrstine retornou para casa da mãe e vive com o pouco que ganha dando aulas de geografia em uma escola no vilarejo.
Apesar dos pesares, Christine é uma mulher alegre e divertida, que não se deixa abater por nada e por ninguém. Dona de uma personalidade forte, ela encanta a todos que tem o prazer de conhece-la. E foi exatamente essa personalidade expansiva e alegre que fez de seu casamento o inferno na terra.
Ser taxada de sedutora pela sociedade, tornaram Christine o alvo de fofocas de mexericos, despertando o ciúmes doentio de seu marido. Após sua morte e jogada no ostracismo pela família do falecido, que teoricamente deveria auxiliar a viúva, ela retorna a vida humilde de sua juventude, e passa a abominar a aristocracia.
Mas todo esse sossego que a vida no campo proporciona, está prestes a ser extinguido, quando a tenaz Lady Melanie, a única amiga de Chrstine dos velhos tempos, bate a porta de sua casa determinada a arrasta-la para um temporada de festejos em sua casa de campo. Melanie não esta disposta a aceitar um não como resposta, afinal, seu irmão acaba de avisar que está trazendo um amigo como convidado, e toda boa festa da aristocracia precisa de o mesmo numero de homens e mulheres para não ser um completo “desastre”.
“Não havia nada no duque de que Christine pudesse gostar ou admirar...a não ser a aparência dele. Embora ela soubesse que sua paz nos últimos meses havia sido perturbada por muito mais do que meramente a aparência dele. Christine estava terrivelmente apaixonada pelo duque. Terrivelmente, supunha, era a palavra-chave. Desgraçadamente talvez fosse ainda melhor.”
“Ligeiramente Perigosos” é o ultimo livros da serie “Os Bedwyns”, e o mais aguardado pelos fãs da serie, com certeza. Pelo menos por mim, esse era um livro esperado a muito tempo. Wulfric Bedwyn é uma figura lendária, que permeia todos os outros livros da serie.Ele é o tipo de personagem misterioso e imponente que quando aparece na trama, o leitor logo prende a respiração e começa a prever algo realmente impactante.
Wulf é um personagem diferenciado, fica claro no primeiro livro da serie. Ele não é o clichê que estamos acostumados nos romances de época, do libertino desenfreado que se regenera pelo amor. Não mesmo. Wulfric é, de todos as formas possíveis, o clássico aristocrata, exatamente o que se deveria esperar de alguém da época em elevada posição social.
Que a gente sabia que Wulf era diferente, isso todo o leitor de Mary Balogh sabia. Mas eu, pelo menos eu, não estava preparada para o quão especial ele realmente era.
Mary Balogh criou um protagonista com tantas nuances de personalidade que você se sente extremamente ligado a ele.  Wulfric Bedwyn é o Duque de Bewcastle, mas ao mesmo tempo é como se existisse duas personalidades para um único personagem. Enquanto o Duque é frio e implacável,  Wulfric é intenso e sensual, mas uma personalidade acabou se sobrepondo a outra por conta da fama e das obrigações do Duque, obrigando Wulf a vestir o manto do ducado, soterrando a si mesmo no processo.
Mas então ele conhece Christine, que assim como ele, sofre com a mesma pressão de sociedade, apesar de diferente modo. Christine possui um personalidade amigável, que é mal vista pelos outros, que a consideram vulgar e libidinosa, um mulher que flerta com todos.
Então, quando Chrstine se vê como a única mulher solteira, em meio as jovens que procuram um bom partido para o casamento, e que estão apostando sobre qual delas consegue atrair o Duque de Bewcastle para si, ela resolve aceitar a posição que lhe destinaram, e mostrar para todos, que apesar de não ser mais uma jovem ingenua, ela é uma mulher a ser notada.

Mas ai existe o antagonismo entre Christine e Wulfric, que surge desde o primeiro momento em que olham um para outro. Mas ela só vê o impiedoso Duque, e ele só a inadequada viúva, apesar do interesse de um no outro, o que torna um desafio para ambos. E assim tem inicio, para o deleite do leitor, a perseguição de gato e rato entre eles, que não vai ser apenas um duelo de titãs, mas também uma queda de braço entre duas personalidades diferentes, mas que de um modo tortuoso se completam perfeitamente.
"Muitas pessoas costumam se comunicar apenas com os lábios. A Sr. Derrick se comunicava com os lábios, com os olhos, com todo o rosto, as mãos e os corpo - e com tudo dentro dela. Ela se comunicava tal qual como parecia viver - com avidez, até mesmo paixão. Wulfric a observava e ouvia, fascinado."
Olha, fazia muito tempo em que eu não lia sobre um casal com tanta química assim. Ele está acostumado a ser temido, e ela esta determinada a não ter mais medo de nada e nem ninguém. Ambos quebram os paradigmas do gênero,  Wulfric por ser exatamente o que se deve esperar de um homem do século XVIII, e ela , por não ser a mocinha ingênua e virginal que estamos acostumados. Sem contar, é claro, que um representa para o outro exatamente o que mais abomina.

O único ponto que realmente me incomodou na leitura foi o desleixo na revisão e na tradução. O livro está repleto de erros. Erros grosseiros, como nas varias vezes em que se troca o título do personagem, o chamando de Conde, onde na verdade ele é um Duque. Erros de grafia, concordância e a tradução infiel,  não fizeram jus ao magnífico desfecho da serie “Os Bedwyns” e a maravilhosa escrita Mary Balogh, que é leve simples e fluida, infelizmente.

Por falar na escrita da autora, ela é um primor. “Ligeiramente Pecaminosos” segue o padrão dos livros anteriores, com uma narrativa leve e simples, que prende o leitor do inicio ao fim. A trama é narrada em terceira pessoa, nos proporcionando uma visão ampla de ambos os protagonistas, o que torna a leitura uma experiência ainda mais intensa e emocionante.
 
Enfim, nem preciso dizer que amei o livro do inicio ao fim. “Ligeiramente Perigosos” fechou com chave de ouro a serie “Os Bedwyns”.
Se por um lado eu fiquei bastante triste por me despedir desses personagens maravilhosos, por outro estou radiante por ter o prazer de ler algo tão completo e magnifico.

Sobre o autor:

Mary Balogh nasceu e foi criada no País de Gales. Ainda jovem, se mudou para o Canadá, onde planejava passar dois anos trabalhando como professora. Porém ela se apaixonou, casou e criou raízes definitivas do outro lado do Atlântico.
Sempre sonhou ser escritora e tinha certeza de que, no dia em que escrevesse um livro, ele seria ambientado na Inglaterra do Período da Regência. Quando sua filha mais nova tinha 6 anos, Mary finalmente encontrou tempo para se dedicar ao antigo sonho. Depois de três meses escrevendo na mesa da cozinha, a primeira versão de sua obra de estreia estava pronta. Publicada em 1985, deu a Mary o prêmio da Romantic Times de autora revelação na categoria Período da Regência. Em 1988, depois de vinte anos de magistério, ela passou a se dedicar apenas aos livros.
Hoje Mary Balogh é presença constante na lista de mais vendidos do The New York Times e vencedora de diversos prêmios literários.

5 comentários:

  1. Geeh!
    Estou com esse livro aqui para leitura e ainda não a fiz porque como é o último de uma série, gostaria de saber se pode ser lido de forma independente, porque mesmo que ele Wulfric já tenha aparecido nos outros livros, acredito que as histórias sejam bem independentes...
    E fiquei com tanta vontade de conferir a química entre ele e Christine...
    Desejo uma ótima semana!!
    “Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária.” (Clarice Lispector)
    Cheirinhos
    Rudy
    TOP COMENTARISTA DE JUNHO 3 livros, 3 ganhadores, participem.
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

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    1. Oii,
      Assim como a maioria dos romances de época "atuais", pode ser lido de forma independente sim, se você não se importa com os spoilers que vai receber dos livros passados.
      Mas eu, particularmente, não te aconselho a fazer isso. Primeiro, pois a família Bedwyn é muito presente neste volume, bem mais do que nos outros e tu vai ficar sem saber quem é quem . E segundo, pois o personalidade e o caráter do Wulf vem sendo construído desde o primeiro volume, tu vai perder um pouco a "essência" dele se alterar a ordem.


      Beijinhos!!

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  2. Me apaixonei pela forma desse casal.
    A Christine e o Duque se completam mesmo.
    Adorei a personalidade da Christine. Mesmo depois de tudo que ela passou, encara de cabeça erguida.
    A própria sociedade londrina é muito tradicional e insuportável. Não sei como aguentar aquela época.
    Vou ler essa série porque me encantei muito com os personagens e a história.
    Até mais Geeh

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  3. Ainda não li nada da autora e gostaria de ler essa série, fiquei curiosa com esse casal que cada um parece nos ganhar com seu jeito, mas gostei mais da Christine que não liga para o que pensam dela.

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  4. Ainda não li nada da autora e gostaria de ler essa série, fiquei curiosa com esse casal que cada um parece nos ganhar com seu jeito, mas gostei mais da Christine que não liga para o que pensam dela.

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