Divulgando: 28 de Junho, Dia do Orgulho LGBTQ+

28 junho 2019


São Paulo é casa de uma das maiores Paradas do Orgulho LGBTQ+ do mundo. Já é tradição: no domingo do feriado de Corpus Christi, pessoas de todo Brasil se reúnem na icônica Avenida Paulista para celebrar a diversidade e lutar por direitos para a população LGBTQ+. Mas por que sempre em junho?

Não é só no Brasil que junho é o mês de diversas celebrações e protestos em favor dos LGBTQ+. Essa história começou nos Estados Unidos, em junho de 1969, com as Revoltas de Stonewall. Até os anos 1960, os Estados Unidos tinham uma legislação anti-LGBTQ+ muito cruel. Era crime amar alguém do mesmo sexo, mesmo se fosse dentro de casa e consensual. Um relacionamento LGBTQ+, até os anos 1960, podia levar até à prisão perpétua nos EUA. Castração, choque elétrico e lobotomia – cirurgias que retiravam parte do cérebro do paciente – eram usadas para tentar “curar” homossexuais.
Claro que essa situação era insustentável, e pouco a pouco a comunidade LGBTQ+ foi se organizando. Nos anos 1960 havia ainda poucos lugares que aceitavam LGBTQ+ com tranquilidade, mas um deles, em Nova York, era o bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village. Esse bar era conhecido, aliás, por reunir a parcela mais marginalizada da comunidade: transgêneros, homens gays afeminados, mulheres lésbicas masculinizadas, transgêneros e drag queens, entre outros.


A época era propícia para colocar o dedo na ferida de questões delicadas. Os anos 1960 foram marcados pela contracultura, e os movimentos pelos direitos humanos e contra a guerra estavam em alta. Em 1969, cansados de tanta injustiça, a comunidade LGBTQ+ que se reunia no Stonewall Inn se revoltou. Durante dias eles enfrentaram a polícia, que fazia batidas frequentes no bar, agindo contra os frequentadores com violência e opressão.



O que aconteceu no Stonewall Inn foi impossível de ser ignorado. Jornais como o New York Times e o New York Post cobriram os acontecimentos. O que começou como uma revolta contra a opressão policial no bar se transformou em uma luta pelos direitos LGBTQ+ de uma forma mais ampla. Ninguém mais ia se esconder.

Em 1970, ano seguinte às Revoltas de Stonewall, aconteceram as primeiras Paradas LGBTQ+ nos EUA, celebrando o aniversário do evento. A data exata da comemoração é 28 de junho – Dia Internacional do Orgulho LGBTQ+. Em 1970 aconteceram manifestações nas cidades de Los Angeles e Chicago, além de Nova York. Em 1971 foi a vez de Boston, Dallas, Milwaukee, Londres, Paris, Berlim Ocidental e Estocolmo. E, desde então, a cada ano, mais e mais cidades se unem e se organizam para lutar pelos direitos LGBTQ+.


História da Parada do Orgulho LGBTQ+ de São Paulo

A primeira edição da Parada do Orgulho LGBTQ+ em São Paulo aconteceu em junho de 1997, na Avenida Paulista. Icônico palco de protestos e celebrações, a avenida recebeu cerca de 2 mil gays, lésbicas, travestis e ativistas para celebrar o orgulho e protestar contra o preconceito.

A cada ano a Parada busca dar visibilidade a um tema específico. Em 2019, o tema é 50 anos de Stonewall, em 2018, foi Eleições; em 2017, foi a luta por um Estado Laico de verdade. Em 2016, foi a vez de lutar pela Lei da Identidade de Gênero e contra a Transfobia. O casamento entre pessoas do mesmo sexo já foi tema – e virou lei. E, claro, a luta contra a homofobia é uma constante.

Desde 1997, a Parada LGBTQ+ cresceu muito dos 2 mil apoiadores da primeira edição, a marcha chegou a reunir 2 milhões e meio de pessoas celebrando a diversidade, e entrou para o Guiness Book com o recorde de maior Parada do Orgulho LGBTQ+ do mundo, em 2006.
fonte: M de Mulher


Sabendo mais sobre a história, não cometeremos os mesmos erros. Por esse motivo fiz esse post para vcs. Não está completo, mas serve para nos deixar curiosos e procurar a saber mais.
Tbm trouxe dicas de livros e um texto, também do site M de Mulher, com 5 autores essenciais para entender a Literatura LGBTQ+ Brasileira, confira:

Thinkstock
Não existe verdade absoluta sobre quem começou a “literatura gay” no Brasil. Para alguns estudiosos, o pontapé inicial foi “O Bom-Crioulo”, de 1985, obra na qual cearense Adolfo Caminha narra de forma direta o romance interracial de dois marinheiros. Para outros, seria o conto erótico “O Menino do Gouveia”, do pseudônimo Capadócio Maluco, escrito no início do século XX. “Um Homem Gasto”, datada de 1885, de Ferreira Leal, também poderia ser a publicação pioneira dessa temática no país, como afirma o Doutor em Letras Antonio de Pádua Dias da Silva no artigo “A história da literatura brasileira e a literatura gay: aspectos estéticos e políticos”.
Com consenso ou sem, de lá para cá, muita coisa mudou: a união estável entre pessoas do mesmo sexo já é uma realidade, por exemplo, e, apesar, do preconceito e, principalmente, da LGBTQfobia ainda fazerem muitas vítimas no país, o diálogo sobre orientação sexual é mais livre e aberto. Isso possibilita até mesmo o surgimento, ainda que de forma tímida, de muitos autores “fora do armário”. Abaixo, uma pequena lista de importantes representantes LGBTQ+ brasileiros na literatura.


1. Caio Fernando Abreu:

Atualmente muito popular (você já deve ter visto ele no seu feed!), por causa de páginas e mais páginas do Facebook dedicadas às frases dele, Caio Fernando Abreu foi muito mais do que isso. Gaúcho, gay assumido, um dos melhores amigos de Clarice Lispector, ele lutou contra a ditadura, foi perseguido e chegou a se exilar na Europa. Temas como sexo, morte e solidão eram caros ao escritor.
Transgressor e versátil, sabia como ninguém traduzir em palavras os sentimentos humanos mais profundos, escrevia as coisas que via, sentia… Transitou por diversas áreas: escreveu contos, romances, peças de teatro e até roteiros de cinema e dedicou vários anos ao jornalismo, com passagens por Veja, Pop, Pais e Filhos e Jornal Zero Hora. “Morangos Mofados”, livro de contos lançado em 1982, pode ser considerada a obra-prima do autor, mas é em “Onde Andará Dulce Veiga”, um tanto autobiográfico, que a homossexualidade é tratada de forma mais clara. Morreu em 1996, aos 47 anos, lutando contra a AIDS.


2. Mário de Andrade:

Pioneiro da poesia modernista no Brasil, o paulistano Mário de Andrade foi um dos grandes idealizadores da Semana de Arte Moderna, evento que aconteceu em 1922 e revolucionou o mundo das artes no país. Músico, dramaturgo e crítico literário, é em “Macunaíma” que o escritor teve o maior êxito da carreira. No livro, publicado em 1928, procurou retratar a história do povo brasileiro, por meio de um herói com caráter, digamos, duvidoso. Quer dizer, sem caráter algum. Apesar de algumas suspeitas acerca da orientação sexual do autor, a sexualidade dele, de fato, só virou pauta 2016 quando, por meio da Lei de Acesso à Informação, foi aberta uma carta-confissão dele para o também escritor Manuel Bandeira. No documento, fala das pressões sofridas e da “fama” que tinha. “Si agora toca nesse assunto em que me porto com absoluta e elegante discrição social, tão absoluta que sou incapaz de convidar um companheiro daqui a sair sozinho comigo na rua (veja como eu tenho a minha vida mais regulada que máquina de pressão) e si saio com alguém é porque esse alguém me convida, si toco no assunto é porque se poderia tirar dele um argumento pra explicar minhas amizades platônicas, só minhas”, escreveu.


3. Cassandra Rios:

Nascida Odete, Cassandra Rios foi uma mulher ousada demais para a época que nasceu. Se hoje, infelizmente, o prazer feminino é ainda um tabu, imagina na década de 1940? Escrevia cenas amorosas explícitas entre lésbicas, retratava preconceitos sofridos por elas e, principalmente, indagações. Em “A Volúpia do Pecado”, de 1948, livro de estréia da autora, por exemplo, as personagens Lyeth e Irez buscam no dicionário um termo que defina o comportamento delas, diferente do ~socialmente~ aceitável. Sucesso editoral (ela chegou a vender mais de 300 mil exemplares), a escritora não caiu nas graças da crítica por considerar o estilo dela “muito cru”. Pioneira, foi a primeira a falar abertamente do tema lesbianismo no Brasil e, claro, sofreu diversas perseguições dos censores da ditadura. É fundamental por trazer um retrato bastante verossímil e nada normativo do mundo lésbico no país. Os principais livros são “Copacabana Posto 6 – A Madrasta”, de 1972 e “Eu Sou Uma Lésbica”, de 1979.


4. Álvares de Azevedo:

Autor do clássico de contos “Noite na Taverna” e da antologia poética “Lira dos Vinte Anos”, Álvares de Azevedo era literalmente um romântico! Integrante da segunda geração do movimento literário, ele era sarcástico, irônico, falava sobre dor, claro, amores impossíveis e tinha uma espécie de fixação pela morte. “Quando em meu peito rebentar-se a fibra/ Que o espírito enlaça à dor vivente/ Não derramem por mim nenhuma lágrima/ Em pálpebra demente”, escreveu certa vez. Sofria de tuberculose e morreu cedo, antes de completar 21 anos, em abril de 1852. Deixou uma carta de despedida para o “amante”: “Luís, há aí não sei quê no meu coração que me diz que talvez tudo esteja findo entre nós […] há em algumas de minhas cartas a ti uma história inteira de dois anos, uma lenda, dolorosa sim mas verdadeira, como uma autópsia de sofrimento. Luís, é uma sina minha que eu amasse muito e que ninguém me amasse. Assim como eu te amo, ama-me”.


5. Gilberto Freyre:

Nascido no Recife, Gilberto Freyre é considerado um dos maiores sociólogos do século XX. É autor de “Casa-Grande & Senzala”, de 1933. No livro, apresenta um retrato da formação sociocultural brasileira. De acordo com ele, o determinismo racial não influencia o desenvolvimento de um país, ele refuta veementemente a ideia de que no Brasil existia uma raça inferior por causa de toda a miscigenação. Depois de lançada, a obra, além de receber críticas de sociólogos contemporâneos, foi acusada de pornográfica e chegou até a ser queimada em praça pública. Em entrevista à Playboy, em março de 1980, o autor declarou já ter se relacionado com homens e, bem, o tema homossexualidade sempre esteve presente em algumas das produções dele. Na seminovela “Dona Sinhá e o Filho Padre”, por exemplo, um dos personagens centrais é gay.


Literatura LGBTQ+ Contemporânea:

O leitor não precisa procurar muito para encontrar romances com temática LGBTQ+ ultimamente, o que já é maravilhoso. Claro que tem aqueles queridinhos dos quais sempre vamos lembrar, e hoje eu vou dar uma lista para vocês dos romances que já foram resenhados aqui no blog e que são puro amor! Todos, sem exceção, merecem ser lidos e apreciados:


Em julho, teremos a terceira edição da Semana do Livro Nacional aqui em São José dos Campos. O tema desse ano é Romance LGBTQ+ e claro, convidei alguns autores que escrevem o gênero para participar. 


George Furlan, Cinthia Zagatto, Vinicius Grossos e Gustavo Alfa são os convidados dessa edição e vamos bater um super papo sobre o gênero, com direito a autógrafos e sorteio de brindes!

Estou muito animada e agradeço imensamente a todos que estão me ajudando nessa empreitada. Esse tema e especial para mim e espero que a livraria lote! <3 

Então é isso. Vamos continuar lutando por um mundo com mais igualdade em todos os sentidos. Lembrem-se que abaixo da pele, todos temos ossos e sangue. Ninguém é melhor que ninguém.

Bjo bjo^^

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