Resenha: Os Fornos de Hitler - Olga Lengyel

27 janeiro 2020

Edição: 1
Editora: Crítica
ISBN: 9788542214284
Ano: 2018
Páginas: 240

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Sinopse: A história real de uma mulher sobrevivente de Auschwitz. Olga escreveu este livro com a leveza de um diário – apesar de nunca ter sido. Nele, ela conta em detalhes como era a vida no campo, mostrando com clareza e simplicidade o horror cometido pelos alemães.
Olga Lengyel conta, de forma sincera e aberta, uma das histórias mais horripilantes de todos os tempos. Este relato verdadeiro e documentado é o registro íntimo e diário de uma mulher que sobreviveu ao pesadelo de Auschwitz e Birkenau. Uma experiência relatada de maneira chocante.

Olga e sua família foram enviados para Auschwitz- Birkenau em 1944 quase cinco anos após o inicio da invasão da Polônia. Seu marido era diretor de seu próprio hospital e ela estudava para ser assistente cirúrgica dele. Assim como muitas outras famílias eles foram enganados e encorajados a ir para Auschwitz com a promessa de trabalho. Ao saber que seu marido seria deportado ela decidiu que iria acompanhá-lo levando também seus filhos e seus pais, sem saber o que aconteceria.

Olga relata no livro que muitas pessoas não acreditavam que realmente houvesse um campo de extermínio, mesmo que as pessoas falassem a respeito e quando chegavam lá já era tarde.
Ao ler esse livro entendi que tudo o que aprendi até hoje sobre o holocausto não foi nada em relação a tudo que realmente aconteceu.
Olga detalha como foi sobreviver em Auschwitz-Birkenau, um campo de extermínio que fazia parte do complexo de campos de Auschwitz.
Birkenau é mais conhecido somente como Auschwitz, como sempre ouvimos falar. Ele foi construído  para ser um campo de extermínio para dar uma "solução final" aos judeus. Em 2007 o nome oficial de Auschwits foi modificado para "Auschwitz- Birkenau campo de concentração e extermínio nazista alemão" a pedido do governo polonês.
Olga e sua família foram levados para lá em um vagão de gado, amontoados, obrigados e ficar junto das pessoas que não aguentavam a viagem e morriam dentro desses vagões. "Taxas" eram cobradas durante a viagem pelos soldados e o que tinham algo de valor tinham que entregar.
"Esperávamos ser libertados do vagão sem demora. Mas essa esperança logo se esvaiu. Tivemos de passar uma oitava noite no trem, os vivos  amontoados uns por cima dos outros para evitar contato com os corpos em decomposição"
Os alemães faziam tudo para despertar o pior das vítimas, colocando prisioneiros como vigias, obrigando-os a maltratar seus companheiros sob ameaças. Eles faziam os prisioneiros escreverem cartões postais para a família e com esses cartões encontravam essas pessoas pelo endereço.
Muitas famílias passaram por esse horror, nas mão de monstros com o drº Fritz Klein, o selecionador que decidia quem viveria e quem morreria. Em uma declaração ele disse "Meu juramento de Hipócrates dizia que eu devia cortar o apêndice gangrenado para fora do corpo humano. Os judeus são o apêndice gangrenado da humanidade. É por isso que eu os removia".
"Um guincho transportava os corpos até os fornos. Os corpos eram arrumados com método.Os bebês eram colocados embaixo,como lenha,depois vinham os mais magros e, por fim,os corpos maiores."
Olga cita no livro outros nazistas como Josef Menguelle médico conhecido por fazer experimentos cruéis nas vitimas (que fugiu durante a tomada pelas tropas aliadas e morreu no Brasil, em 1979).
Os "médicos" retiravam sangue das vitimas para salvar  soldados nazistas, bebês eram mortos assim que nasciam junto com suas mães. O  livro detalha muito sobre o que aconteceu nos campos, um relato de quem sofreu e viu uma face do inferno.

Este livro é um aprendizado. Esta foi a leitura mais difícil que já fiz.  Ler sobre estes fatos contados sob o olhar de uma mulher que esteve lá, perdeu sua família, sofreu todo esse horror e mesmo assim teve força para sobreviver, ajudar outras pessoas e ainda escrever este livro que é um legado para
todos nós.  Nem Olga, nem todos que foram vitimas do holocausto deveriam ter passado por isso e é nosso dever lutar para que isso não se repita.
"Eu tinha, então, duas razões para viver: primeiro, trabalhar com o movimento de Resistência e me  manter em pé o máximo que podia; segundo, sonhar e rezar pelo dia em que seria libertada para contar ao mundo: Foi isto que vi com meus próprios olhos. Não devemos permitir que isso jamais aconteça de novo."
Hoje, 27 de janeiro é o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, que marca a liberação do maior campo de extermínio nazista, Auschwitz-Birkenau, pelas tropas soviéticas. Que o respeito pelo próximo seja comum no dia-a-dia e que todos possam viver em paz, sem preconceitos ou qualquer forma de ódio.







Sobre a autora:


Olga Lengyel nasceu na antiga Romênia, hoje Hungria. Ela, seus pais, e seus dois filhos foram para os campos de concentração em 1944.
Olga foi a única que sobreviveu. Em 1946, quando ainda morava na França, ela publicou Os Fornos de Hitler. Em seguida, migrou para os Estados Unidos.
Olga casou novamente com um americano, viveu em Nova York e fundou a Memorial Library an Art Collection of Second World War, hoje incorporada pelo Toli (The Olga Lengyel Institute), Com o apoio da universidade de Nova York, faleceu em 2001


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