Edição: 1
Editora: Rocco
ISBN: 8532520669
Ano: 2017
Páginas: 368
Tradutor: Ana Deiró
Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.
Este livro foi escrito a 35 anos e ainda se mostra tão atual.
O Conto da Aia é uma distopia que traz uma sociedade que vive sob as ordens de Estado Teocrático, onde as leis se baseiam em crenças e religiões. Na história podemos ver em vários momentos, que os homens fazem tudo de acordo com o que eles interpretam ao lerem a bíblia, o que não é exatamente o que foi escrito. As aias são mulheres que tem a função de procriar, sendo levadas de casa em casa para que cumpram seu propósito, e caso não cumpram, são enviadas as colônias, onde são submetidas a trabalhos forçados.
"Minha saia vermelha é puxada para cima até minha cintura, mas não acima disso. Abaixo dela o Comandante está fodendo. O que ele está fodendo é a parte inferior do meu corpo. Não digo fazendo amor, porque não é o que ele está fazendo."A história é narrada em primeira pessoa por Offred, uma das aias. Durante a história, conhecemos aos poucos o passado de Offred, e também sua família, a qual ela tem esperança de reencontrar um dia. Ela tem fé que um dia conseguirá fugir desse lugar e usa sua inteligência e coragem para isso.
Ao contar sobre o "tempo antes" fala-se sobre como as mulheres eram tratadas, assimilando a liberdade que tinham com o abuso que muitas vezes sofriam, o mais assustador é saber que estamos vivendo esse "tempo antes" com a violência que vemos no dia a dia.
"As mulheres não eram protegidas naquela época.A leitura é bem fluida, mesmo sendo um livro que conta com muito detalhe. A história é tão chocante que prende o leitor do início ao fim. No inicio do livro tem algumas passagens da bíblia, vemos aí como a autora criou a história com tanta propriedade, mostrando que os homens muitas vezes usam das palavras sagradas para exercer poder sobre os outros.
Lembro-me das regras, regras que nunca eram explicada em detalhes, mas que toda mulher conhecia: não abra sua porta para desconhecidos, mesmo se ele disser que é da polícia. Faça-o passar o cartão de identificação por baixo da porta. Não pare na estrada para ajudar um motorista fingindo estar em dificuldade. Mantenha as porta trancadas e siga em frente. Se alguém assobiar, não se vire para olhar."
A edição da Rocco é simples, a fonte é pequena, mas não atrapalhou a leitura. A capa segue o design do livro, sendo bem simples, mas bonita.
Indico esse livro, aliás, acredito que essa seja uma leitura obrigatória, e foi uma das minhas melhores leituras do ano.
Sobre a autora:
Margaret Atwood é uma escritora canadense: romancista, poetisa, ensaísta e contista, foi galardoada com inúmeros prêmios literários internacionais importantes (Arthur C. Clarke Award, Prince of Asturias, Booker Prize). Recebeu a Ordem do Canadá, a mais alta distinção em seu país além de ter sido indicada várias vezes para o Booker Prize - tendo o ganhado no ano 2000 com o romance O Assassino Cego (The Blind Assassin, 2000). Outros romances de sua autoria são Olho de Gato (Cat's Eye, 1988) e Oryx & Crake (2003). Sua obra é conhecida por mesclar uma fina veia irônica e lúdica com uma aguçada perspicácia para questões contemporâneas - como as relações de gênero e o meio ambiente.
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