Resenha: A Febre - Megan Abbott

20 julho 2020


Edição: 1
Editora: Intrínseca
ISBN: 9788580577990
Ano: 2015
Páginas: 272
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Sinopse: Na Escola Secundária de Dryden, Deenie, Lise e Gabby formam um trio inseparável. Filha do professor de química e irmã de um popular jogador de hóquei da escola, Deenie irradia a vulnerabilidade de uma típica adolescente de 16 anos. Quando Lise sofre uma inexplicável e violenta convulsão no meio de uma aula, ninguém sabe como reagir. Os boatos começam a se espalhar na mesma velocidade que outras meninas passam a ter desmaios, convulsões e tiques nervosos, deixando os médicos intrigados e os pais apavorados. Os ataques seriam efeito colateral de uma vacina contra HPV?
Envoltos em teorias e especulações, o pânico rapidamente se alastra pela escola e pela cidade, ameaçando a frágil sensação de segurança daquelas pessoas, que não conseguem compreender a causa da doença terrível e misteriosa.
- A trama do livro foi inspirada num acontecimento real, ocorrido no estado de Nova York, em 2012.
- Eleito Livro do Ano pelo Strand Critics Award e apontado entre os finalistas do prestigioso Folio Prize e os melhores do ano da Amazon.
- A produtora da atriz Sarah Jessica Parker vai lançar uma série no canal MTV baseada no livro e produzida por Karen Rosenfelt, de A Menina Que Roubava Livros, O Diabo Veste Prada e Crepúsculo.



Tenho esse livro na minha estante a muito tempo. Comprei por causa da capa, confesso. O título e a sinopse também ajudaram muito na hora da compra. Esperava um triller cheio de suspense, com um enredo arrebatador; mas o que encontrei me decepcionou tanto, que terminar a leitura foi um alívio!

A Febre é baseado em uma história real que aconteceu no estado de Nova York em 2012. Infelizmente, a trama não prende o leitor, a narrativa é arrastada e todo o drama adolescente que deveria ensinar, acaba sendo chato e previsível.
A sinopse é, sem dúvida, o melhor marketing desse livro. Assim que o leitor a lê, fica desesperado para saber mais. O começo do livro engana, nos deixa ávidos para chegar na parte que explica o que aconteceu com todas as meninas, o que nunca acontece, já que o livro termina sem explicar exatamente o que aconteceu com elas.
"Às vezes, durante as mesmas horas sombrias do meio da noite, Tom sentia medos secretos que nunca confessava em voz alta. Demônios tinham aparecido no escuro, junto com a famosa névoa de Dryden, que cobria toda a cidade, e possuído sua esposa gentil, encantadora e inteligente. Logo, viriam atrás da filha."
Acredito que, por ser um livro mais adolescente, possa sim conquistar alguns jovens, afinal, o tema central do livro é sobre os sentimentos adolescentes. Deenie, Lise e Gabby são amigas inseparáveis, mas quando uma delas começa a chamar mais a atenção dos garotos, o ciúme e inveja começa a fazer parte dessa amizade. Ser garota já é difícil, ser uma garota passando pelo período da adolescência é quase uma missão impossível.

A trama toda gira em torno das três garotas e da família de Deenie - seu pai Tom, seu irmão Eli e algumas partes sobre sua mãe que mora em outra cidade.
A narrativa é em terceira pessoa; os capítulos são longos e há quebra de narrativa para a mudança de personagem. A narrativa mais enfadonha foi as de Tom, pai de Deenie. Mesmo com todo o drama de criar seus dois filhos sozinho, a traição da esposa e agora essa doença que parece afetar todas mas meninas da escola - menos sua filha - não foram o suficiente para me prender. Acredito que algumas partes deveriam sim, ser mencionadas, mas na maioria das vezes, foi só para "encher linguiça" mesmo.
Eli, irmão mais velho de Deenie, foi uma grata surpresa. A autora destaca bem suas inseguranças e o carinho e proteção que tem com sua irmã.
Deenie é a típica garota adolescente que não conversa com os pais, prefere as amigas. Chata e mimizenta, Deenie não agrega muito ao desfecho da história. Quando comecei a leitura, pensei que ela seria a peça chave desse quebra cabeças, que ela faria a diferença. Ledo engano.
"E Deenie só conseguia pensar em Gabby e Lise em camas de hospitais, lado a lado, os braços presos a uma complexa rede de fios e tubos.
As cabeças das duas meio roxas e amassadas, as bocas abertas.
Se aconteceu com suas duas melhores amigas, a próxima deve ser você. Se aconteceu com suas duas melhores amigas, deve ser você."
Como um todo, eu não indico a obra para adultos, mas para adolescentes, indico sim. Pode ser que este livro não tenha sido lido em uma época boa para mim, mesmo assim, não tenho intenção de relê-lo algum dia.
A edição da Intrínseca está impecável: boa diagramação, sem erros de revisão aparentes e letras em tamanho confortável para a leitura.
Para quem, como eu, ficou curioso com a nota da autora Gillian Flynn na capa do livro, vou deixar um spoiler: Não é sombrio, um pouco perturbador pode até ser, porque, querendo ou não, nós vamos ficar curiosos para saber o que aconteceu com as meninas. E por fim, não é estranhamente fascinante! rrsrsrsrsrrs
"- Preciso fazer isso, preciso criá-la, protegê-la. E ninguém nunca explica o que significa trazer um filho para este mundo. E ninguém nunca nos avisa sobre os verdadeiros perigos. Nunca falam sobre perigos como este."


Sobre a autora:




Megan Abbott é uma das escritoras de suspense mais aclamadas da nova geração. Seus romances, a maioria com protagonistas femininas, já lhe renderam diversos prêmios, entre eles o Edgar Award. É ph.D. em literatura pela Universidade de Nova York, tendo participado, em 2013, do programa intensivo de escrita ministrado por John Grisham na Universidade do Mississippi. Megan tem artigos publicados no The New York Times e no The Guardian. Ela mora em Nova York.


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