ISBN-13: 9786586041392
ISBN-10: 6586041392
Ano: 2020 / Páginas: 128
Idioma: português
Contos negros é uma coletânea de contos reunidos por Ruth Guimarães em uma ampla pesquisa por vários lugares do Brasil, contos que ela ouviu da população e anotou, para que agora, 36 anos depois, pudéssemos ter honra de ler.
Romancista, contista e tradutora, foi especialista em folclore. Passou a infância numa fazenda que o pai administrava, no sul de Minas Gerais. Brincava com os filhos dos trabalhadores e deles ouviu causos, fábulas, histórias de príncipes, histórias de assombração. Ela diria, mais tarde, que as histórias de lobisomens, de mulas sem cabeça, bruxas e toda a corte demoníaca, povoavam a sua memória. Para se libertar desse medo, começou a reunir todas as histórias que ouviu. Aos 20 anos, já morando em São Paulo, mostrou seu trabalho a Mário de Andrade, que a orientou por alguns anos sobre as técnicas de pesquisa folclórica. Esse importante livro, Filhos do medo, foi lançado em 1950. Ruth Guimarães publicou, ao longo dos seus 93 anos de vida, 51 livros, entre os quais oito voltados para histórias recolhidas da tradição oral. Ocupou a cadeira 22 da Academia Paulista de Letras.
ISBN-10: 6586041392
Ano: 2020 / Páginas: 128
Idioma: português
Editora: Faro Editorial
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Livro cedido em parceria com a editora
Em muitos lugares brasileiros, ainda persiste o costume de contar histórias…
Em geral, em torno de uma fogueira. É só ficar de mão no queixo, sentado em cima das toras, escutando. O círculo das caras atentas arde ao calor das chamas. Todos se voltam para o narrador, num tropismo original. Não é que o tempo esteja sobrando, não é isso. Em verdade, não existe mais o tempo. Acabou-se o seu império sobre os homens. Não se cuida nem da hora, nem do correr dos instantes. O tempo é o fluir da história. Tempo e espaço se contam na vida dos príncipes e das princesas e do seu povo encantado.
Assim, a história vem lenta. Assim, vem comprida. Com repetidos pormenores, cumulativa, misteriosa e sutil, dentro do sutil da noite misteriosa. Transportamo-nos para um outro mundo habitado por duendes e fantasmas, por espíritos bons, pelos bichos que falam. Coisa linda de se ouvir e de se viver. A empatia é tanta, que estamos tão do lado de lá, quanto Alice no país dos espelhos. Dá pena haver crianças que nunca ouviram casos narrados assim.
Estas histórias são, pois, nossas, brasileiras e africanas, genuínas e espontâneas, inventadas pelo povo. Correm por aí (ainda, mas não por muito tempo). Cumpriram e cumprem a contento a alta função principal das histórias: a de entreter. E, através do entretenimento, realizam, certamente, esta coisa extraordinária: predispõem-nos ao amor do Bem, do Belo e do que é Nosso. Mais não lhes poderemos pedir.
Contos negros é uma coletânea de contos reunidos por Ruth Guimarães em uma ampla pesquisa por vários lugares do Brasil, contos que ela ouviu da população e anotou, para que agora, 36 anos depois, pudéssemos ter honra de ler.
Este volume trás vários contos de origem europeia, recontadas pelos negros, que colocavam seus conhecimentos criando variáveis, assim como muitos contos que ouvimos mas sempre contado de maneira diferente dependendo da região.
"Não se trata de saber se as histórias que compõem este volume são de criação africana. É certo que nos chegaram primeiramente por intermédio de mães pretas e de mucamas, e são correntias entre o forte contingente, outrora escravo, da região valeparaibana."
O livro é separado em quatro partes: Mitos iorubanos, cosmogonia afro-brasileira, trés contos de exemplo, os animais na mitologia afro-brasileira, e em cada parte podemos ler alguns contos e suas variáveis.
Ler Contos Negros foi, assim como em contos índios, retornar a minha infância. Ouvir contos onde animais são o personagem principal, ganhando trejeitos humanos como o macaco por vezes esperto, outrora nem tanto.
"E eis que vou, negra Ruth, akpalô-kipatita, de casa em casa, de livro em livro, repetir meus alô, mi- soso, maka, malunda, mi-sendu, em cadência, como nos cantos de trabalho: baticum-gererê"
Quantas vezes na beira da calçada contamos histórias de como o diabo é esperto, histórias que nos assustavam, mas que também divertia, ou a mesma história que mudava um pouco a cada contador diferente. É isso que Ruth Guimarães fez com sua pesquisa.
Em alguns contos contidos no livro, podemos contar com outras versões no final e suas origens.
Esse é um livro excelente para ler reunido com a família, e com amigos, assim como era feito em tempos passados. Um livro que retrata a cultura de povos afro-brasileiros, que retrata o nosso passado, que traz algo que não podemos perder nunca, o respeito e admiração pleo nosso passado, pelo nosso folclore e pelas belas histórias ou como costumamos chamar os "causos".
"Muitas noites sem dormir o homem passou, pensando na besteira de levar o diabo como advogado e em todos os prejuízos que o caso podia lhe trazer."
O capricho da Faro é indiscutível, a capa está sensacional, as gravuras contidas no livro são excepcionais, a fonte agradável para a leitura, como sempre o capricho da Faro com a edição conquista qualquer leitor.
Sobre a autora:
Olá! Gostei muito do blog e já o segui! Quero convidá-lo a visitar e a seguir o meu blog de volta <3
ResponderExcluirwww.pimentamaisdoce.blogspot.com
Like the aforementioned Orlinski, there are so many interesting angles by which to view the True Square, and you’ll likely delight in trying to find as many of them as possible. From the smooth and dry, matte-finished ceramic edges to the dial’s steeply curved edges and indices, then the sapphire crystal that looks as though it were once a whole sphere, now sliced in two, there is simply so much to take in here. Even the dial itself feels like it might have been inspired by staring into a vintage radar array from some whimsical space opera like Forbidden Planet, with its bright-color story, deep, concave edges and concentric circles. The beauty of great design — and by the same token,replicas relojes the hallmark of a great designer — is that the end result doesn’t need to force-feed you its inspiration (*casts a stern glance at Bell & Ross*) but instead urges you to consider its possible origin and thereby come up with your own narrative.
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