Resenha: Frankenstein, ou O Prometeu Moderno - Mary Shelley

31 outubro 2019

Edição: 1
Editora: DarkSide Books
ISBN: 9788594540188
Ano: 2017
Páginas: 304
Tradutor: Márcia Xavier de Britto, Carlos Primati

Compre AQUI.
Sinopse: Victor é um cientista que dedica a juventude e a saúde para descobrir como reanimar tecidos mortos e gerar vida artificialmente. O resultado de sua experiência, um monstro que o próprio Frankenstein considera uma aberração, ganha consciência, vontade, desejo, medo. Criador e criatura se enfrentam: são opostos e, de certa forma, iguais. Humanos! Eis a força descomunal de um grande texto.
Quando foi a última vez que você teve a chance de entrar em contato com a narrativa original desse que é um dos romances mais influentes dos últimos dois séculos? Que tal agora, na tradução de Márcia Xavier de Brito? Além disso, esta edição conta com quatro contos sobre a Imortalidade, em que Shelley continua a explorar os perigos e percalços daqueles que se arriscam à tentação de criar vida: “Valério: O Romano Reanimado”; “Roger Dodsworth: O Inglês Reanimado”; “Transformação”; e “O Imortal Mortal”, histórias pesquisadas e traduzidas por Carlos Primati, estudioso do gênero.
Frankenstein, ou o Prometeu Moderno é um dos primeiros lançamentos da coleção Medo Clássico — ao lado do volume de contos do mestre Edgar Allan Poe — no início de 2017. A qualidade do livro é impecável, para cientista maluco nenhum colocar defeito. Capa dura, novas traduções, ilustrações feitas por Pedro Franz, artista visual e autor de quadrinhos reconhecido internacionalmente. O livro é impresso em duas cores: preto e sangue.
Reencontre Frankenstein de um jeito que só a primeira editora brasileira inteiramente dedicada ao terror e à fantasia poderia lançar. It’s alive!


Mais um livro lido para o Piquenique Literário! Esse foi especial, pois além de ser um clássico, Frankenstein estava na minha lista de leituras a muito tempo. Eu já tinha o e-book dessa obra, mas quando vi essa edição maravilhosa da DarkSide, fiquei doida e claro, assim que eu pude (e quando o valor estava por apenas $18,00) eu a adquiri.

Esqueça tudo o que você sabe sobre Frankenstein. Pouca coisa pode ser salva nos filmes e séries que foram criadas a partir desse romance. Fiquei extremamente surpresa, pois como todos, já comecei a leitura com uma ideia pré concebida, culpa dos filmes e séries que já assisti.
Assim, ler Frankenstein foi uma surpresa atrás da outra, tanto que a leitura foi arrastada, isso devido também a fonte pequena utilizada pela editora.
"Sou malicioso porque sou infeliz. Não fui afastado e odiado pela humanidade? Você, meu criador, rasgara-me, triunfante, em pedaços. Pense e diga-me por que devo ter pena dos homens mais do que eles têm de mim?"
Mas, mesmo assim, confesso que o enredo é sim, maravilhoso! Mais de duzentos anos nos separam da criação dessa obra e nela podemos encontrar temas atuais e relativos da nossa  sociedade. Mary Shelley, no auge de seus 17/18 anos, conseguiu criar uma obra que encanta gerações e até hoje pode nos trazer lições valiosíssimas.
A Criatura, como é chamado o monstro criado por Frankenstein, apesar de ser horrenda, possui sentimentos e, ao debater sobre, podemos supor que se Frankenstein o tivesse aceitado, a Criatura não teria se tornado o monstro que se tornou. Nessa história, não teremos vilão, ou teremos os dois principais vilões - depende do ponto de vista de cada leitor.
"Não obstante, você, meu criador, detesta-me e trata-me com desprezo, sua própria criatura, a quem é unido por laços que só se dissolverão com a destruição de um de nós. Pretende matar-me. Como se atreve a brincar com a vida?".
A escrita da autora é maravilhosa. Gostosa de ler e muito descritiva. Victor Frankenstein é dramático ao extremo, por diversas vezes me irritei com suas falas e sentimentos de pena de si mesmo. No começo, somos apresentados ao personagem através de cartas, logo depois, Victor começa sua narrativa em primeira pessoa, contando como tudo aconteceu para seu então recente amigo, capitão Walton. Também contamos com a narrativa da Criatura, também em primeira pessoa, e nessa parte, a leitura fluiu maravilhosamente bem, uma pena que acabou! rsrs
“A ambição desordenada, o desejo não contido pelo conhecimento a qualquer preço, um senso de cumprimento do destino e o perigo de isolar-se do amor e da amizade ameaçam transformar qualquer homem em monstro.”
Como citei no começo, a edição da DarkSide está linda demais! Capa dura, ilustrações lindas, diagramação bem feita - perde ponto apenas para a fonte que é pequena. Além do conteúdo visual que enche os olhos, a editora, - pensando em entregar aos leitores um exemplar completo - também nos brinda com as duas introduções originais: a primeira datada de 1818, escrita por Percy Shelley, marido da autora e a segunda datada de 1831, escrita pela própria autora. Ao final do livro, ainda encontramos quatro contos sobre a imortalidade, estes no entanto, ainda não li, mas vou e depois conto para vocês o que achei.
A tradução também não deixa a desejar, trás uma linguagem cheia de charme, que demonstra um pouco das características linguísticas da época, e nos remete ao comportamento e a vida social das pessoas naquele momento.

Contudo, só posso indicar a obra. Acredito que para alguns, a leitura pode ser difícil, mas não desista! Frankenstein é um livro que sufoca, mas é necessário. Traz reflexões morais e é dosado com muito romantismo e poesia. Não pense que este livro é terror puro, pois não o é. Frankenstein está mais para o gênero ficção científica. Pode dar medo? Acredito que em algumas partes sim, mas como um todo, a leitura é maravilhosa e merece todo o reconhecimento que possui.
“Desde aquele momento, declarei guerra eterna contra a espécie, sobretudo, contra aquele que me criou, abandonando-me nesta angústia insuportável.”

Sobre a autora:





Mary Wollstonecraft Shelley foi uma escritora britânica, filha do filósofo William Godwin e da pedagoga e escritora Mary Wollstonecraft. Casou-se com o poeta Percy Bysshe Shelley em 1816, depois do suicídio de sua primeira esposa.






Nenhum comentário:

Postar um comentário