Resenha: Metamorfose - Franz Kafka

15 março 2022

 

Edição: 1
Editora: Faro Editorial
ISBN: 9786559571055
Ano: 2022
Páginas: 112
Tradutor: Unama
Skoob
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Livro cedido em parceria com a editora
Sinopse: Edição traz introdução escrita por David Cronenberg, cineasta e diretor de dezenas de grandes produções, entre elas, A Mosca.
Metamorfose foi escrito por Franz Kafka em apenas vinte dias. E mais de cem anos depois da primeira publicação, a obra continua a provocar leitores, acender debates, inspirar interpretações que se transformam e ganham novos olhares a cada época. Com uma narrativa aparentemente simples, direta, cheia de absurdos, o autor construiu uma obra farta em camadas; a partir do olhar do homem que virou inseto e de como o mundo ao seu redor reage tão naturalmente a ele, a história traz temas tão universais como a paralisia, a transformação, o despertar no cerco de nossas dúvidas e de nossas relações sociais.



Este é o único clássico que eu jurei nunca ler. Eu tenho fobia de baratas e, em todas as capas em que foi lançado, lá está o ser horrendo olhando pra mim. Mas claro que, em se tratando de um exemplar de capa dura, todo lindão, lançado pela Faro Editorial, eu não deixaria de, pelo menos, tentar lê-lo. E valeu super a pena. Que livro, gente.

"Será que todos os funcionários, sem exceção, eram considerados malandros, e não havia entre eles nenhum homem leal e prestativo que, por ter-se atrasado uma ou duas horas de manhã, ficasse doente de remorsos e sem condições de sair da cama?"

O enredo todo se passa a cerca de Gregor e sua família. Um belo dia, Gregor acorda e não é mais humano: ele se transformou em uma barata. 
O que me incomodou durante a leitura foi que ele não se importou pela transformação. Gregor meio que aceita sua metamorfose, não surta, não quer descobrir o que lhe aconteceu e nem o porque. 

Sua família se assusta, claro! Mas depois de um tempo, eles "convivem" com Gregor sem ao menos se importar com o que ele está passando. Gregor pensa, mas não consegue se expressar. Ele ouve tudo o que sua família fala, mas não consegue responder. É um verdadeiro martírio! 

"Talvez haja apenas um pecado capital: a impaciência. Devido à impaciência, fomos expulsos do Paraíso; devido à impaciência, não podemos voltar."

A leitura foi rápida, pois o livro é curto e a escrita do autor é sucinta. A medida que o enredo vai se desenrolando, não vemos apenas a metamorfose de Gregor, mas também a metamorfose de sua família. No começo, Gregor era o filho querido, o provedor financeiro. Depois de sua metamorfose, passou a ser um fardo muito difícil de carregar, um inútil que lhe causavam repulsa e vergonha, e que desejam eliminar. 

Como um todo, eu indico sim a leitura. Pode ser que eu não tenha entendido nada do que o livro propõe, pode ser que eu tenha sido arrebatada por tudo o que li e aprendi com a história de Gregor. Não é atoa que esse livro é fonte de pesquisas e debates por todos que o lêem. Cada um tira a sua própria conclusão com o que o livro trás. 

"Ela via não só a sujeira como o próprio Gregor, mas resolvera não se incomodar mais com aquilo."

Como já disse anteriormente, essa edição da Faro Editorial está primorosa! Capa dura, diagramação diferenciada, possui algumas ilustrações e com introdução de David Cronenberg. Se vc ainda não leu, dê uma chance. Tenho certeza que vc não vai se arrepender. 




Sobre o autor: 

Franz Kafka foi um dos maiores escritores de ficção da língua alemã do século XX. Kafka nasceu numa família de classe média judia em Praga, Áustria-Hungria (atual República Checa). O corpo de obras suas escritas — a maioria incompleta e publicadas postumamente — destacam-se entre as mais influentes da literatura ocidental.
Seu estilo literário presente em obras como a novela A Metamorfose (1915), e romances incluindo O Processo (1925) e O Castelo (1926) retratam indivíduos preocupados em um pesadelo de um mundo impessoal e burocrático.




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